O Flamengo encara o Al Hilal em uma partida decisiva nesta terça-feira (07)
pela semifinal do Mundial de Clubes. Analisando o time saudita o jornalista
Eugênio Leal da ESPN, pontuou alguns fatores que devem ter atenção do
Flamengo. Eles se classificaram para a próxima fase após um jogo tenso com o
Wydad Casablanca, decidido nos pênaltis. Segundo o jornalista, a partida deu
uma ideia mais clara da equipe de Ramon Diaz.
A equipe saudita chega cansada, tanto física quanto emocionalmente, após horas
de jogo, incluindo prorrogação e pênaltis. No entanto, a classificação em casa
do adversário fortaleceu a equipe psicologicamente.
Mesmo com o time saudita atrás no placar, eles mostraram personalidade e
adaptabilidade tática para buscar o empate. As substituições tardias, aos
cerca de 80 minutos, trouxeram novas opções à equipe, mudando a formação de
4-3-3 para 4-2-4.
Quando Diaz substituiu Salem Al-Dawsari por Carrillo e trouxe Marega para a
área, ele aumentou a presença na região e criou uma tabela com Saud que
resultou no pênalti.
Após Vietto substituir Michael, ele não somente atuou na ponta, mas também
ajudou na criação de jogadas no meio-campo, melhorando o jogo do Al Hilal.
Mesmo com a expulsão de Kanno, a equipe continuou ameaçadora no ataque. No
entanto, a lesão de Carrillo, que havia sido recuado para a posição de
volante, prejudicou a qualidade da equipe na região do campo. A entrada de
Musab Al Juwair (19 anos) sobrecarregou Cuellar nos minutos finais.
Essa pode ser uma boa notícia para o Flamengo na semifinal, pois sem Kanno e
Carrillo, o Al Hilal pode ter dificuldades para montar o meio-campo. Outro
titular da posição, Al Faraj, não viajou devido a uma lesão. Otayf, pouco
utilizado por Diaz, pode ser a escolha, caso ele não queira repetir a
entrada de Al Juwair. Al Malki é outra opção, mas nem mesmo ficou no banco
no sábado.
A equipe do Al Hilal não incluiu o lateral-esquerdo Al Sharani no Mundial de
Clubes devido a uma lesão. A posição foi preenchida por Nasser Al Dawsari,
que é um meio-campista. Esse é um dos pontos fracos da equipe, pois foi
pelaquele lado que o Wydad conseguiu construir ataques promissores e sofreu
menos na defesa. Contra o Flamengo, pode ser interessante ter Matheuzinho
jogando atrás de Nasser para explorar a força ofensiva do lateral.
Por outro lado, Saud é uma força na lateral direita. Ele é o titular na Copa
do Mundo e foi responsável por fazer a jogada que originou o pênalti diante
do time marroquino. Ele é muito agudo ofensivamente e se sai melhor na
defesa do que o outro lateral. Portanto, pode ser interessante colocar
Filipe Luis por ali, já que ele se dedica menos ao ataque do que Ayrton
Lucas.
Não se sabe se o Al Hilal usará a mesma estratégia contra o Flamengo, mas
sua defesa tem mostrado espaços nas costas da última linha que joga com um
bloco médio. Um bom passe para quem vem de trás com velocidade pode gerar
boas situações de gol.
A saída de bola do Al Hilal também foi um problema. Muitas vezes eles
tentaram sair trocando passes, mas cometeram erros que podem ser bem
explorados. Quanto mais o Flamengo conseguir pressionar a saída de bola,
mais forçará o adversário a recuar para o goleiro Al Maiouf, que joga bem
com a bola e busca o centroavante de referência para os lançamentos. Durante
quase todo o jogo de sábado, esse centroavante foi Ighalo, mas ele não teve
uma boa atuação devido a sua lesão recente. Como seu reserva, Al-Shehri,
também foi praticamente ineficiente, é possível que Diaz jogue com Marega no
centro e Vietto completando o ataque.
O desempenho de Michael, conhecido dos torcedores do Flamengo, foi
insatisfatório. A impressão foi de que o time não soube aproveitar suas
habilidades. Ele recebia a bola sem espaço para agir e finalizar. No
entanto, sua atuação não deve ser considerada como padrão, já que o Flamengo
conhece sua capacidade de ser letal.
Um ponto fraco do Al Hilal é a defesa em escanteios. Várias vezes permitiu
ao Wydad finalizar a partir da entrada da área após um corte em um
cruzamento na pequena área. Aliás, o gol da equipe da casa veio de um
escanteio.
Algo que ficou evidente ao acompanhar a partida foi algo além da tática ou
técnica. O Al Hilal não aceita a passividade, agindo com expressões sérias e
entradas ríspidas em campo. Eles buscam impor-se nas discussões e pressionar
a arbitragem. Esta postura determinada é uma escolha de verdade.
O time tem boa habilidade técnica. Não é excepcional, mas é competente. E
será um adversário desafiador para o Flamengo, como vimos no início da
temporada no Brasil. Para alcançar a final com segurança, Vitor Pereira terá
que fazer com que o time volte a jogar como nos melhores momentos de
Dorival, o que já faz alguns meses.
A classificação é possível sem uma grande apresentação, mas com um
comprometimento ainda maior com a defesa do que o mostrado na Supercopa do
Brasil.
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