Gerson voltou ao Flamengo ainda mais "Coringa" do que quando saiu, o jogador
ganhou o apelido do treinador Jorge Jesus por sua facilidade em jogar em
diferentes funções no time. Neste um ano e meio que passou na França, o
jogador foi treinado por Sampaoli, e com o treinador, Gerson chegou ao ápice
de sua versatilidade, o atleta jogou em quase todas as posições do campo, só
não jogou de goleiro, zagueiro e lateral-direito.
Segundo reportagem do Fred Gomes do GE, Gerson iniciou sua vida na França como volante e às vezes fazia a ala
esquerda. Começou com alguma dificuldade, mas aos poucos foi se soltando.
Curiosamente seu melhor momento no Olympique, foi atuando como falso 9. A
mudança de posição veio em 1º de dezembro de 2021, na vitória por 1 a 0 sobre
o Nantes, conquistada com um gol dele.
Já atuando avançado, passou a confundir adversários no decorrer das partidas
ao se revezar no comando do ataque com Payet. Até o jogo com o Nantes, somava
19 jogos, um gol e duas assistências. Quando transformou-se em falso 9, Gerson
marcou três gols e deu três assistências nas 10 partidas seguintes.
- Eu me sinto totalmente confortável na nova função. Tenho liberdade de
movimentos e também tenho que atacar espaços. Estou feliz e confiante em fazer
uma segunda metade de temporada ainda melhor com o Olympique - afirmou Gerson,
em entrevista publicada pelo ge em 9 de fevereiro do ano passado.
Com Gerson confortável em campo e jogador indispensável ao Olympique àquela
altura, Sampaoli não se furtou de usá-lo em todas as funções possíveis da ala
esquerda ao comando do ataque.
Jogou de primeiro e segundo volante, como camisa 10 e também na função de
centroavante. Foi ala quando o argentino usava três zagueiros, baixando para
fazer a linha de cinco quando o Olympique era atacado.
Em seu melhor momento na França, relatórios do Olympique apontaram crescimento
de Gerson em passes progressivos no campo, especialmente perto da área
adversária e para finalizações dos companheiros.
A temporada de 2021/2022 foi a melhor temporada de Gerson na carreira não
apenas pelos números - 11 gols (nove no Francês e dois na Liga Conferência),
10 assistências (sete na liga, dois na Copa da França e uma na Liga
Conferência) e o vice-campeonato nacional. Foi especialmente por conta de sua
transformação dentro do Olympique como protagonista e no cenário
internacional.
As grandes atuações e o fato de ter se tornado o segundo jogador com mais
participações em gols do atual elenco (a estatística se mantém hoje) o
consolidaram como atleta a ser observado por grandes ligas. Recebeu propostas
da Premier League, mas o Olympique as recusou.
Croata freia o Coringa
Um dos responsáveis por fazer de Gerson um jogador importante dentro do
futebol francês e com credenciais para jogar em outras ligas vizinhas na
Europa, Sampaoli, insatisfeito com os reforços que não recebeu, deixou o
Olympique em julho de 2022. Àquela altura consolidado, o atleta nem imaginava
o que estava por vir com Igor Tudor.
O croata já chegou com métodos que desagradaram Gerson e outros jogadores
importantes, como Payet e Guendouzi. Quando o time tinha que treinar às 16h,
Tudor exigia que chegassem ao CT às 10h e lá almoçassem e dormissem antes do
início das atividades.
Apesar do desconforto, as primeiras conversas foram positivas. Tudor perguntou
a Gerson onde gostaria de jogar e o disse que era jogador de Premier League
devido ao talento e força física apresentados durante a pré-temporada.
Na mesma pré-temporada, porém, os dois tiveram discussão áspera. Tudor disse
que o atrito não influenciaria na sequência, e Gerson começou a temporada como
titular.
Ficou só no discurso. Gerson foi substituído logo nos três primeiros jogos do
Francês, ficou fora da partida seguinte e iniciou a quinta rodada da
competição como reserva - entrou aos 30 do segundo tempo.
A partir daí, Gerson jogou mais cinco partidas como titular na temporada e
acabou substituído em todas. Ali estava sepultada a relação entre os dois, e a
saída tornava-se irreversível.
Volta ao Flamengo para ser lembrado pelos títulos
Além da idolatria conquistada na primeira passagem pelo Flamengo e do
declarado coração rubro-negro, Gerson disse a amigos que optou pelo retorno
para casa com o intuito de ser um jogador lembrado por títulos.
Para o Coringa, não basta uma passagem como a de 2019 a 2021, período em que
ganhou dois estaduais, duas Supercopas do Brasil, uma Recopa Sul-Americana,
dois Brasileiros e uma Libertadores. Apesar da impressionante sequência,
trata-se de um recorte curto da carreira.
Não fosse o desejo por mais taças, seguiria na Europa em clubes que não
disputam as primeiras posições. Recebeu sondagens recentemente de equipes
dessa prateleira.
Se Gerson colecionou funções em campo nos últimos anos, o cartel de títulos
pode ganhar maior pluralidade. A principal oportunidade está batendo à porta.
Em fevereiro, o Coringa tenta seu primeiro Mundial de Clubes.
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