Mas desde as quartas de final de Copa do Brasil e Libertadores, momentos em
que, de fato, as competições afunilaram para o time, o camisa nove foi às
redes apenas duas vezes, enquanto o companheiro de ataque foi decisivo com
seis dos 14 gols marcados pela equipe de Dorival Júnior.
O Internacional foi um teste interessante no Maracanã. Competindo em alto
nível por ainda ter chances matemáticas de título brasileiro, a equipe de Mano
Menezes fez o que provavelmente será a estratégia básica de Corinthians e
Athlético:
Fechar o meio e o corredor direito, negando espaços para a ultrapassagem de
Rodinei, deixando o lado oposto para um Filipe Luís que nunca foi agressivo na
chegada ao fundo, ainda que tenha acertado belo cruzamento para Pedro no
primeiro tempo. Com a bola, forçar pela esquerda para cima do lateral
reconhecidamente frágil na marcação e que ainda sofre com a lenta cobertura de
David Luiz e o auxílio pouco efetivo sem bola de Everton Ribeiro.
Se Pedro Henrique, a válvula de escape de Mano, estivesse mais inspirado no
acabamento das jogadas, passando ou finalizando, o Flamengo teria sofrido bem
mais na defesa. Ainda mais se o Colorado tivesse um substituto de nível
parecido para insistir nos ataques ao "mapa da mina" do adversário.
Na frente, o problema de Dorival foi que as ações ofensivas dependiam demais
da criação de Arrascaeta e das finalizações de Pedro. Sem o uruguaio, poupado
no início da segunda etapa pela pubalgia que vai acompanhar o uruguaio até o
fim do ano, o time abriu Matheuzinho, substituto de Rodinei, e Everton
Cebolinha, que entrou no lugar do camisa 14, e se limitou a despejar bolas na
área, com 28 cruzamentos em 45 minutos.
Ainda assim, era possível vencer. Não fossem as seis defesas do jovem goleiro
Keiller e o chute no pé da trave de Gabigol, que finalizou apenas mais uma vez
em 90 minutos. Pedro, concluiu quatro, duas no alvo.
É inegável que a movimentação do camisa nove é interessante, gera jogo para os
companheiros. Mas muitas vezes a impressão é de que a área adversária ficou
apenas para Pedro. Também a responsabilidade de ir às redes nos grandes jogos.
Além disso, Gabigol insiste nas inversões procurando um Bruno Henrique que não
está mais lá. A infiltração em diagonal pela esquerda que terminou no primeiro
gol contra o Red Bull Bragantino desta vez não apareceu, até pelos poucos
espaços cedidos pelo Inter. E o Flamengo terminou sem fazer gols no "ensaio
geral" antes da ida da final da Copa do Brasil.
Em Itaquera, depois no Maracanã e, por fim, em Guayaquil, o time rubro-negro
vai precisar da face goleadora do seu camisa nove. Característica marcante
desde que chegou ao clube em 2019. Além da histórica jornada em Lima, marcou
também o único gol da equipe na final sul-americana do ano passado e foi
decisivo em tantas partidas importantes da campanha do bi brasileiro 2019/20.
Pedro vive momento mágico na carreira, mas ainda não tem o histórico do
companheiro em partidas que valem taças. Gabigol pode manter o "uniforme" de
garçom, mas precisa tirar do armário a capa do herói dos gols decisivos. É
disso que o Flamengo vai precisar a partir de quarta, dia 12, na Neo Química
Arena.
Imagem: Divulgação
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