Por Gilmar Ferreira | Extra: A venda dos 2.800 ingressos destinados à torcida do Flamengo para a primeira
  partida da final da Copa do Brasil, quarta-feira da próxima semana, na New
  Química Arena, em Itaquera, foi concluída em um minuto e meio.
  Abriu pontualmente às 14h e antes das 14h02, já não havia mais bilhetes
  disponíveis no sistema, segundo fonte que acompanhou o processo.
  Pois bem... às 18h30, um cambista respondia mensagem de um "sócio-torcedor"
  que ainda tinha quatro entradas disponíveis ao preço de R$ 1.190, cada.
  Detalhe: no acordo entre as diretorias dos clubes, convencionou-se que os
  visitantes pagariam o mesmo valor, tanto em São Paulo, quanto no Rio.
Mais precisamente, R$ 400 a inteira.
  O cambismo, apesar de ser um crime previsto no estatuto do torcedor (Lei
  10.671/2003), não é reprimido no Brasil.
  Tem pena prevista de dois a quatros de prisão, mas é das práticas mais comuns.
Algo quase institucionalizado.
  Seus agentes trabalham (sic) livremente e chegam a operar com um
  profissionalismo que impressiona até mesmo os promotores do evento.
  No caso em questão, por exemplo, chegam a se associar ao clube na categoria
  com a mais cara mensalidade só para desfrutar das vantagens oferecidas.
  São elas: prioridade, desconto e possibilidade de adquirir quatro ingressos.
  Ou seja: enquanto houver quem pague a exorbitância cobrada no mercado
  paralelo, não haverá como evitá-los.
  É uma pena porque este tipo de prática leva os dirigentes dos clubes e
  promotores de eventos a encarecer o preço dos espetáculos baseados numa lógica
  muito simples: se há quem pague três vezes mais pelo ticket de um evento, é
  sinal de que o preço oficial está abaixo de seu justo valor.
  No entanto, se o clube estabelece patamar mais alto do que o habitual, em
  tese, fere o código do direito do consumidor.
  No Flamengo, esta é uma discussão constante desde o jogo de volta da final da
  Copa do Brasil de 2013, contra o Atlético-PR, quando a administração de
  Eduardo Bandeira chegou a cobrar ingressos a R$ 800 (Maracanã +) e R$ 500
  (Leste/Oeste inferior).
  Não à toa, a renda de R$ 9.733.785 obtida naquela partida é a maior renda da
  história do Maracanã em jogos entre clubes.
  Arrecadação que, em números reais, sem juros e correções, será superada neste
  confronto com o Corinthians.
  Mesmo com todos os ingressos vendidos, ainda não foi possível fechar o total
  captado.
A expectativa é que deva chegar a R$ 10 milhões.
  A liderança do ranking nacional de renda em confrontos de clubes ainda é o da
  final da Libertadores de 2013 entre Atlético-MG e Olímpia, no Mineirão.
  A renda superou a casa dos R$ 14 milhões, com público pagante de 56.557
  torcedores.
  Em 2019, o Flamengo voltou a figurar entre as maiores arrecadações fazendo R$
  8.150.645,00 na partida contra o Grêmio, no Maracanã.
  O jogo valia vaga na final da Libertadores e 62.409 pagantes assistiram à
  goleada de 5 a 0 do time de Jorege Jesus sobre o de Renato Gaúcho.
É, por ora, a terceira maior arrecadação do ranking.
Imagem: Divulgação
Clique aqui para ver mais notícias do Fla
