Análise: Flamengo cria muito, mas insiste pelo meio e peca no passe final contra retranca do Inter




Os mais pessimistas já pintam cenário de alerta ligado no Flamengo , mas o time esteve longe de jogar mal nos 0 a 0 com o Internacional, que, aliás, é o vice-líder do Brasileiro. Teve mais volume, criou as melhores chances no Maracanã e esbarrou em um goleiro inspirado. Houve erros? Muitos, sobretudo individuais em passes simples e também na hora de escolher o caminho mais curto para o gol. Porém é preciso reiterar: não há motivo para pânico .


Escolhas erradas proporcionam jogo de trocação na primeira etapa

O Flamengo criou bastante na primeira etapa, mas a opção de como buscar o gol não foi a mais adequada, o que proporcionou um jogo de transição, como disse Dorival Júnior em coletiva. Os rubro-negros atacavam o tempo todo, mas eram contra-atacados com a mesma frequência, tanto que o Inter chegou a colocar boa vantagem no número de finalizações.


Os contra-ataques aconteciam muito em função dos seguidos erros do quarteto ofensivo e de Rodinei. João Gomes carregava demais a bola, mas não conseguia ajudar na tentativa de furar o ferrolho gaúcho.


A primeira reação foi povoar o lado esquerdo de ataque com Everton Ribeiro e Gabigol aparecendo por lá. Com o setor congestionado, Filipe Luís passou a subir mais para o apoio aos homens de frente. Resultado: daquela ponta saíram as melhores chances.

Pedro, que já não aproveitara um cruzamento perfeito de Arrascaeta pela direita, combinou bela jogada com Everton Ribeiro e o uruguaio pela esquerda, mas não a concluiu bem. O 7 cavou, o centroavante ajeitou de cabeça, e o gringo chutou de primeira para grande defesa. No rebote, sem goleiro, Pedro mandou para fora.


Também pela esquerda, Gabigol fez bonita triangulação que contou com passe de calcanhar de Pedro e toque de Arrascaeta. Na hora de tirar o 10, furou o chute dentro da área.

Outra prova de que o lado esquerdo era o caminho foi em cabeçada à queima-roupa de Pedro. Com o meio do Inter congestionado, Léo Pereira achou Filipe Luís com passe por elevação, e o lateral colocou na cabeça do centroavante. O goleiro Keiller mais uma vez foi brilhante.


Anote aí: falamos de pelo menos cinco chances claras na etapa. O Flamengo foi um primor por causa disso? Não. Os selecionáveis Pedro e Everton Ribeiro, por exemplo, erraram passes simples. E quando erravam pelo meio davam os contra-ataques para o Inter. Ribeiro, aliás, tentou um giro próximo à área com o time desmontado e por pouco não custou caro. Tite, aliás, foi ao Maracanã observar a dupla.

Sorte do Flamengo é que Filipe Luís, David Luiz e especialmente Léo Pereira, o melhor em campo, tiveram atuação segura. Léo, inclusive, salvou em cima da linha a melhor oportunidade do Inter no jogo, ainda durante o primeiro tempo.


Vidal melhora o Flamengo

O Flamengo voltou do intervalo um pouco desligado, e o Internacional explorou os espaços concedidos pelo lado direito. Pedro Henrique entrou duas vezes na área por aquele setor e parou em Santos. Dorival sentiu o momento da equipe e mexeu logo em três peças aos 15 minutos. Rodinei, que jogou mal, Arrascaeta, por controle de carga, e João Gomes, por opção de jogo, foram os substituídos.

Entraram Matheuzinho, Everton Cebolinha e Vidal. O chileno mudou completamente a característica do jogo, e a bola passou a ser girada para as pontas com maior facilidade. A ótima qualidade de passe e o timing do camisa 32 fizeram o Flamengo encurralar ainda mais o Internacional, que, diferentemente do primeiro tempo, passou a contra-atacar bem menos.


Mano Menezes também reagiu rápido e colocou um terceiro zagueiro: Rodrigo Moledo substituiu Maurício. Moledo foi fundamental para o resultado ao cortar com a cabeça chute de Cebolinha que tinha destino certo.

O Flamengo tentou até o fim. Sempre conduzido por Vidal, o cérebro do time na etapa final, pressionou até os acréscimos, quando Gabigol disparou em altíssima velocidade para dar combate na saída de bola de Keiller, mas a bola insistiu em não entrar.

O empate foi frustrante, sim, pelo fato de o Flamengo não ter voltado ao G-4, mas não é motivo para preocupação em termos de desempenho. Pareceu muito mais um dia de erros pontuais, de falta de concentração e escolhas erradas do que prenúncio de decadência às vésperas de finais.


O Flamengo tem elenco. Dispõe de jogadores no banco que podem mudar a história de uma partida, e Vidal é o melhor exemplo disso.

Faltam seis dias para a primeira das três partidas que poderão dar duas taças importantíssimas para o clube, e o momento não é de afobação. Os mais de 43 mil rubro-negros que foram ao Maracanã parecem ter entendido isso. Cantaram o jogo inteiro e aplaudiram o time mesmo após o apito final que decretou o frustrante empate sem gols.

Fonte: Globoesporte.com
Imagem: Divulgação

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