Por Renato Maurício Prado | Uol: O
  Governo do Rio de Janeiro quer retomar o controle do Maracanã. É o que se
  depreende diante das estapafúrdias exigências feitas para a nova licitação, a
  última delas, determinando que os clubes não permissionários pagarão o mesmo
  valor de aluguel que aqueles que assumirem todos os custos e responsabilidades
  pelo estádio. Só pode ser piada. 
  Os incautos que se dispuserem a assumir o estádio precisarão ainda conviver
  com a interferência direta do Governo, que terá dois de três representantes no
  conselho de gestão. E enfrentarão ainda substancial aumento do preço da
  outorga, que passará de R$ 3,2 milhões/ano para R$ 5,6 milhões.
  Nestas condições, o Flamengo não pretende disputar a concorrência. É verdade
  que até que o seu futuro estádio, no Gasômetro, esteja pronto, o Mais Querido
  ainda precisará jogar por lá. Mas pretende fazê-lo pagando aluguel por
  partida. Faz mais sentido e custa menos.
  A negociação para a compra do terreno da Caixa está cada vez mais bem
  encaminhada, mas, ao contrário, do que chegou a ser noticiado, ainda não está
  fechada. Daí o ceticismo do presidente Rodolfo Landim em poder anunciar o
  lançamento da pedra fundamental no dia 15 de novembro, aniversário do
  Flamengo.
  A capacidade da futura casa rubro-negra deverá ser mesmo de 110 mil
  torcedores, com uma distribuição de setores que, se por um lado, poderá gerar
  até R$ 800 milhões para ajudar a pagar a obra com a venda de cadeiras cativas
  a preços que variam entre R$ 80 mil e R$ 100 mil, por outro se preocupará em
  garantir às classes com menor poder aquisitivo, áreas mais acessíveis, algo
  que o Maracanã atual praticamente negou. A diferença é que a "nova geral" será
  no anel superior do estádio, onde não haverá cadeiras e assim a capacidade
  será maior.
  Há negociações em andamento com uma grande rede de shoppings centers,
  interessada em fazer parte do complexo, que poderá ter também hotéis, cinemas
  e restaurantes, criando um polo de atrações que complementaria a urbanização
  da área do Porto Maravilha, com o Museu de Amanhã numa ponta e o estádio do
  Flamengo na outra. 
  Com a 777 e John Textor planejando reformas em seus estádios, Vasco e Botafogo
  pretendem voltar a jogar muito no Maracanã. Imaginem o caos que será
  administrá-lo (pobre gramado!). Melhor mesmo que o Flamengo deixe que volte às
  mãos da Suderj, ou de qualquer outro inocente. E concentre seus esforços em
  erguer o mais rapidamente possível sua tão sonhada praça de esportes.
Imagem: Divulgação
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