O Globo:
O tema estádio próprio no Flamengo ocupa a mente dos torcedores há décadas e é
assunto recorrente no clube principalmente em períodos eleitorais. Mas o tema
vem à tona mais uma vez diante da situação que envolve o Maracanã e mais uma
concessão pública que deve sair do papel até o fim do ano. Em função da
insegurança sobre a manutenção do clube como "dono" do estádio, a diretoria
voltou a colocar sobre a mesa projetos de construção de uma arena para seus
torcedores.
Mas por qual motivo as tentativas anteriores de erguer uma casa para a torcida
do Flamengo chamar de sua não foram adiante? Vale lembrar que o clube
inaugurou em 1938 o estádio José Bastos Padilha, na sede da Gávea, que chegou
a ser solução na década de 1990 para fugir das altas taxas do Maracanã,
inaugurado em 1950 e reformado para a Copa de 2014 no Brasil. Aliás, as obras
no estádio levaram o Flamengo a buscar outras soluções no passado, como o
estádio da Portuguesa, o Luso Brasileiro, em 2005 e 2017, o Nilton Santos,
ex-João Havelange (Engenhão), em 2007. Sem falar em viajar pelo Brasil para
mandar seus jogos em outras arenas.
O estádio próprio mesmo nunca saiu do papel. A administração do presidente
Rodolfo Landim assumiu o poder com a informação de que o consórcio que
administrava o Maracanã estava sufocado pela operação Lava-Jato e que o
Governo do Rio poderia interromper a concessão, o que se confirmou em 2019.
Por isso, não foi necessário nem voltar a essa pauta, que anteriormente quase
virou prioridade.
Maracanã sempre foi prioridade
No período da gestão Eduardo Bandeira de Mello, a diretoria colocou em pauta
um terreno na Aveniad Brasil, próximo ao Caju, mas uma alça de acesso ao porto
atrapalhou um pouco o projeto. A menina dos olhos era o terreno da Barra,
perto do antigo parque Terra Encantada e do Via Parque. Mas a ideia era tocar
adiante apenas se o uso do Maracanã continuasse inviável em termos de custos.
A preferência sempre foi pela concessão definitiva do estádio. Mas até o final
de 2018 ele ainda era um sonho impossível.
Após o eleitoral, o governador Wilson Witzel virou grande aliado. E anunciou o
rompimento do contrato de concessão do Maracanã. Desta forma, o poder público
reassumiu o controle do complexo esportivo. A medida invalidava os contratos
de Flamengo e Fluminense com o estádio.
– Estamos retomando o Maracanã, sem qualquer prejuízo das partidas de futebol
ou aos clubes. Vamos nos próximos 30 dias ter uma intervenção no Maracanã, por
meio da secretaria e da Suderj, com uma comissão que estou constituindo, para
fazer uma retomada. Estaremos modulando uma permissão de uso até que façamos
então uma nova concessão por meio de parceria público privada – disse Witzel
na ocasião.
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Imagem: Divulgação
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