O Globo:
Em meio à disputa política entre prefeitura do Rio e Governo Federal para
saber quem mais vai agradar o Flamengo na oferta de um novo estádio, o clube
se mantém frio e atento às diversas oportunidades além do terreno do
Gasômetro, o preferido por algumas razões, mas que também tem ressalvas.
Ciente de que terá que desembolsar alto valor pelo terreno, o Flamengo
estipula um teto de não mais de R$ 250 milhões a serem pagos à Caixa
Econômica, e vê a região da Zona Portuária com atrativos de logística que não
necessariamente redundam em um local ideal para ter a sua nova casa.
A principal desconfiança é sobre a baixa atratividade imobiliária da região,
mesmo com as obras de infraestrutura de transportes que a Prefeitura pretende
inaugurar. Fontes no Flamengo entendem que a presença de um estádio aliado a
outros empreendimentos não necessariamente vão revitalizar a área, considerada
de risco. E que os dias de jogo demandariam um aparato enorme de segurança
para regular o trânsito e conter também a possível violência. Por isso, há por
parte do clube um projeto de revitalização semelhante ao realizado em
Itaquera, onde o Corinthians tem sua arena.
Diante desse cenário e dos custos apresentados, ainda não estão descartados,
por exemplo, terrenos em Niterói, Deodoro, na Avenida Brasil e o do antigo
parque Terra Encantada, na Barra. O que mais perdeu força foi o do Parque
Olímpico da Barra em função de dívidas das empresas que detém o terreno.
Ainda assim, há quem considere a opção de financiamento público para que se
quite o valor a longo prazo. No mais, todos os outros espaços oferecem
vantagens financeiras, ainda que não sejam a melhor opção logística. Deodoro e
Niterói, por exemplo, teriam terrenos doados ou quase de graça.
Maracanã segue como plano, mas em cenários distintos
Por isso, o Flamengo mantém a intenção de seguir com o projeto de um estádio
próprio sem abrir mão do Maracanã. A ideia é preservar a concessão do estádio
atual mesmo sem autonomia desejada e maior risco de intervenção política. E em
paralelo seguir na busca por uma solução definitiva para sair do papel nos
próximos anos.
Ou seja, o Maracanã seria em parceria com o Fluminense e o novo estádio apenas
do Flamengo. Se a concessão não for mantida, o clube poderia jogar sem ser
dono do Maracanã e usar a prerrogativa do próprio edital que hoje beneficia o
Vasco.
Neste momento, os discursos políticos são entendidos como oportunidade de
obter vantagens, mas qualquer promessa que não possa ser cumprida, sobretudo
no caso do Gasômetro, levará o Flamengo a buscar outras alternativas.
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Imagem: Divulgação