Extra:
Flamengo e Atlético-MG se reencontram hoje, 21h30, no Maracanã, para medir
forças na Copa do Brasil entre dois modelos distintos, porém igualmente
agressivos de montagem de elenco. Protagonizados por diretorias ariscas no
mercado, mas que lidaram de formas igualmente responsáveis com os
investimentos nos últimos anos, os clubes contam com o avanço na competição
para seguirem fortes em campo e financeiramente. Após a vitória do Atlético-MG
por 2 a 1 em Minas Gerais, o Flamengo precisará fazer o "inferno" prometido
por Gabigol em campo e reverter o feito de Hulk com dois gols de diferença
para passar às quartas de final. A vitória por um gol leva a decisão das
oitavas para os pênaltis.
Após investir 250 milhões em 2019 e ganhar praticamente tudo, o Flamengo fez
um movimento contrário na pandemia, com cortes na própria carne. Não apenas no
futebol, como também de funcionários. A partir de então, passou 2020 e 2021
sem poder manter os gastos no mesmo nível, pois deixou de ter receitas na
ordem de R$ 300 milhões, sobretudo pela falta de público nos estádios. Assim,
acelerou as vendas de atletas jovens no atacado para cobrir o fluxo de caixa
da maior folha salarial do Brasil, e compensar as perdas. Foram R$ 185 milhões
em 2020 e R$ 124 milhões em 2021.
Mas em venda, o ano passado representou R$ 270 milhões em receitas. Em 2022, o
valor já ultrapassa os R$ 70 milhões. A cautela se deveu à a ameaça de penhora
do Banco Central de quase R$ 150 milhões, mas passado o susto o departamento
de futebol enfim teve luz verde para voltar com força ao mercado. Mesmo assim
tem liberado jogadores importantes, como Arão, que teve a venda concluída ao
Fenerbahçce ontem.
Antes de investir 16 milhões de euros (R$ 87 milhões) em Éverton Cebolinha, a
diretoria gastou um pouco menos em algumas contratações e renovações no começo
da temporada. A compra de Thiago Maia, do Lille (FRA), saiu por R$ 24 milhões
parcelados; Marinho, do Santos, custou R$ 6,5 milhões à vista; Fabricio Bruno,
do Bragantino, veio por R$ 15,1 milhões também pagos à vista; O goleiro
Santos, do Athletico, chegou por cerca de R$ 15,5 milhões; E o zagueiro Pablo,
do Lokomotiv Moscow (RUS), custou R$ 16,7 milhões, parcelados. Ayrton Lucas
também veio da Rússia, mas foi o único reforço contratado por empréstimo. Além
de Vidal, que veio livre da Inter de Milão, apenas pelos salários. Total de
mais de R$ 150 milhões em gastos e pouco espaço no orçamento para novas
aquisições.
O Atlético-MG ainda colhe Bônus e ônus da onda de investimentos a partir do
aporte de investidores, os chamados mecenas, em 2020. Foram mais de 250
milhões em aquisição de direitos econômicos mesmo durante a pandemia, valor
que se transforma em dívida e que no futuro pode ser revertido em ações de uma
provável SAF. Em função do endividamento, nos últimos dois anos os gastos
despencaram no clube. De significativo houve apenas a contratação de Nacho
Fernandez, por 6 milhões de euros, e Hulk, sem custos, em 2021.
O clube agora administra um fluxo de caixa no limite com a folha salarial
elevada, mas não tem mais dinheiro para ir às compras com tanta voracidade.
Desta forma, apostou na chegada de jogadores a baixo custo, e contrabalançou
as finanças com algumas vendas, totalizando R$ 67 milhões em saídas. Saíram
Dylan Borrero, Savarino, Savinho e Godín, chegam Pedrinho, Pavón, Alan Kardec
e Jemerson, grupo que só poderá jogar em eventual quartas de final. Pedrinho
veio livre da Ucrânia, aproveitando a brecha da Fifa, assim como o zagueiro
Junior Alonso, que retornou da Rússia. Cristian Pavón foi o reforço
sul-americano de peso da vez, após o fim do contato com o Boca.
Somente Alonso, Otávio e os atacantes Ademir e Fábio Gomes estão à disposição
hoje. No Flamengo, Arrascaeta retorna após ser poupado. Mas Rodrigo Caio teve
lesão no menisco do joelho esquerdo confirmada e fará tratamento para voltar
em eventual quartas de final.
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Imagem: Divulgação
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