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É oficial: chegou ao fim a passagem de Paulo Sousa pelo Flamengo. Contratado
para liderar a reformulação no elenco profissional, o treinador mostrou ser
mais uma aposta errada da pasta comandada por Marcos Braz e Bruno Spindel -
com o aval de Rodolfo Landim.
Segundo técnico mais longevo da gestão do presidente, o português não
conseguiu dar um padrão a sua equipe, tampouco conseguiu gerir um difícil
grupo de jogadores - habilidade pela qual foi elogiado.
A ressaltar que, de fato, desafios como "oxigenar" o vestiário com novas
lideranças, cobrar desempenho e identificar carências deveriam ser encabeçados
pela diretoria - e não pelo técnico recém-contratado.
As ideias claras, apresentadas por Paulo Sousa sempre de forma educada nas
entrevistas coletivas, não foram absorvidas pelo elenco. Tanto que, durante a
temporada, o treinador mudou de sistema de jogo após três meses persistindo em
um esquema inicial. A "humildade" de Paulo Sousa citada por Diego Ribas não
foi suficiente para que, após uma mudança de rumo, o time evoluísse.
- Ele (Paulo Sousa) congrega o espírito vencedor do Flamengo. Foi assim como
jogador e depois, como treinador, venceu nas vezes em que os clubes permitiram
isso. Tem muito conhecimento acadêmico e experiência não focada só no aspecto
tático, mas também organizacional de gestão.- afirmou Landim, na apresentação
do técnico, no Ninho do Urubu.
Foram mais de 15 saídas e cinco contratações desde a chegada de Paulo Sousa.
Atrás de uma nova identidade, o técnico deu menos espaço a jogadores como
Isla, Diego Ribas e Diego Alves - sendo o goleiro pivô da maior crise de
relacionamento com o português. Apesar do clube negar, o atrito entre as
partes existia e era público.
As várias lesões e os pedidos por reforços não atendidos pela direção não
contribuíram para o desenvolvimento do trabalho de Paulo Sousa, mas, após seis
meses, esperava-se que o time apresentasse algo. O que se viu em campo, porém,
foi um Flamengo regredindo.
De positivo, Paulo Sousa deixa o crescimento e as chances dadas aos vários
garotos do Ninho. Lázaro e João Gomes provaram-se como opções importantes no
grupo principal, enquanto Victor Hugo e Matheus França ganharam os primeiros
minutos no profissional.
No mais, a passagem do português no Ninho do Urubu deixa a certeza que, se o
Flamengo desejar repetir o sucesso de 2019, precisa buscar mais do que um
"novo Jorge Jesus", e, sim, adotar uma estrutura que permita e potencialize os
trabalhos dos profissionais do clube.
Confira os detalhes das passagens dos seis técnicos do Flamengo desde 2019, na
gestão de Rodolfo Landim:
Abel Braga
- 147 dias no comando do Flamengo, entre 2 de janeiro e 19 de maio de 2019. O
treinador pediu interromper o trabalho e deixar o clube.
32J - 19V/8E/5D
Título: Campeonato Carioca de 2019
Jorge Jesus
- 393 dias no comando do Flamengo, entre 20 de junho de 2019 e 17 de julho de
2020. O treinador quebrou o contrato com o Flamengo e acertou com o Benfica.
57J - 43V/10E/4D
Títulos: Libertadores e Brasileirão, em 2019, e Recopa Sul-Americana,
Supercopa do Brasil e Carioca, em 2020.
Domènec Torrent
- 98 dias no comando do Flamengo, entre 31 de julho de 2020 e 9 de novembro de
2020. O treinador foi demitido pelo clube e não conquistou título.
23J - 13V/4E/6D
Rogério Ceni
- 242 dias no comando do Flamengo, entre 10 de novembro de 2020 e 10 de julho
de 2021. O treinador foi demitido pelo clube.
44J - 23V/11E/10D
Títulos: Brasileirão, Supercopa do Brasil e Carioca
Renato Gaúcho
- 140 dias no comando do Flamengo, entre 12 de julho de 2021 e 29 de novembro
de 2021. O treinador foi demitido pelo clube.
38J - 25V/8E/5D
Paulo Sousa
- 150 dias no comando do Flamengo, entre 10 de janeiro e 9 de junho de 2022. O
treinador foi demitido pelo clube.
32J - 19V/7E/6D
*Dias considerando o intervalo entre a apresentação/primeiro treino e
anúncio da saída/demissão do treinador.
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Imagem: Alex Silva
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