Uol:
Em meio ao momento de crise do Flamengo pelo desempenho em campo e a
reformulação tocada pelo técnico Paulo Sousa, há torcedores que gostariam de
ver uma troca de portugueses no comando rubro-negro, com a volta de Jorge
Jesus, ainda com a memória do sucesso que foi a passagem dele pelo clube da
Gávea em 2019, com os títulos conquistados e o futebol jogado, mas para Mauro
Cezar Pereira, colunista do UOL , a melhor coisa é que o Flamengo olhe para a
frente.
Na Live do Mauro Cezar , transmitida pelo Canal UOL nesta quinta-feira (7), o
jornalista cita o fato de Paulo Sousa não ser um técnico qualquer, com
experiência dirigindo a seleção polonesa e jogadores como Robert Lewandowski,
ao mesmo tempo em que considera que não adianta o clube seguir sempre mirando
o ano de 2019, pontuando que até Jorge Jesus provavelmente faria diferente se
retornasse hoje.
"O Flamengo precisa virar a página, precisa seguir em frente. Eu acho até que
o Jorge Jesus poderia eventualmente voltar se circunstâncias favorecessem o
retorno, ele estar desempregado, o Flamengo sem técnico e está tudo bem, se
reencontram e ok, mas o Flamengo não pode ficar pensando em Jorge Jesus e
reviver 2019, o Flamengo tem que olhar para o futuro", diz Mauro Cezar.
"O próprio Jorge Jesus se hoje desembarcasse aqui no Brasil para treinar o
Flamengo, eu tenho certeza, faria muita coisa diferente de 2019 e nem todos
aqueles jogadores ficariam no time porque não conseguiriam ter o mesmo
rendimento três anos mais velhos, então seriam necessárias mudanças
importantes e ele certamente as faria", completa.
Ele cita o nível das ligas em que atuam alguns dos jogadores que Paulo Sousa
comandou na seleção polonesa e questiona por que para eles é possível
assimilar as ideias do treinador que dirigiu na maior parte a campanha
polonesa até a classificação para a Copa do Mundo, enquanto os jogadores que
atuam no Brasil não conseguem.
"O Lewandowski era treinado por ele e reclamou quando ele saiu, ou seja,
gostava do trabalho do técnico. Existem jogadores que atuam na Premier League
e na liga italiana que são poloneses. O goleiro da Juventus é polonês, o
Napoli tem um polonês, o Southampton tem um polonês e outros times de ligas
importantes têm jogadores poloneses que se submetem na seleção àquilo que o
técnico manda e era o Paulo Sousa", diz Mauro Cezar.
"Por que os jogadores que atuam em ligas mais importantes do que a nossa aqui
no Brasil e em campeonatos mais relevantes do que a Copa Sul-Americana e A
Libertadores , que jogam na Europa com visibilidade global e que aceitavam as
ideias do Paulo Sousa, as executam e por que aqui há resistência? Se um
jogador não consegue realizar determinado trabalho, aí é questão de tempo,
insistência, adaptação e boa vontade", conclui.
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Imagem: Divulgação