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  Demitido pelo Flamengo logo após a final da Libertadores do ano passado,
  Renato Gaúcho pouco tem se pronunciado sobre a experiência vivida no clube
  carioca, onde ficou de julho a dezembro de 2021. Nesta quinta-feira, o
  treinador falou a respeito de sua saída, situações na final da Libertadores
  passada e avisou que deseja retornar ao Rubro-Negro "um dia". 
  - Trabalhei praticamente sem ter tempo para trabalhar, a cada três dias tinha
  uma decisão. Disputávamos três competições, com muitos jogadores no
  departamento médico. Conquistamos o vice-brasileiro e fomos vice da
  Libertadores. De repente, se não conquista um título com um clube de massa
  como o Flamengo, você não é bom. Mas não me incomodo com isso. O Abel
  (Ferreira) ganhou, é o bom e tinha que continuar. Eu perdi, não era o bom e
  saí - falou Renato, em entrevista ao canal "SporTV", emendando:
  - Fica difícil trabalhar no Brasil. Tem muito jornalista que mistura muito as
  coisas, aí muitas vezes o jornalista despeja a raiva dele para fora quando o
  time perde, não é campeão. Não é legal. Não é todo treinador que vai ganhar
  tudo. Foi assim no Grêmio, ganhei, perdi, mas foram anos de sucesso.
A FINAL NA LIBERTADORES
  - Infelizmente o Andreas teve aquela jogada de infelicidade, o Palmeiras se
  fechou e conquistou o título. Não tenho queixa nenhuma, fiquei muito feliz de
  ter trabalho no Flamengo, e espero um dia voltar. Um grupo muito bom,
  competentes e que gostavam de trabalhar. Uma infelicidade nos fez perder o
  título. Quando o título não vem para um favorito, a pressão vem. 
  Por falar em Andreas Pereira, Renato respondeu com mais detalhes sobre a
  reação do meio-campista no vestiário logo depois do apito final em Montevidéu.
  - No vestiário, lembro que eu falei com ele, abracei. É muito bom jogador,
  nível muito alto, que, hoje, infelizmente, está marcado pela torcida do
  Flamengo, mas podem anotar que, no futuro, chegará à Seleção Brasileira. É
  muito acima da média. Chorou muito, nem poderia ser diferente. Foi até
  difícil. Ele é muito amigo do David Luiz, que o abraçou bastante. Ele se
  responsabilizou pelo vice, teve aquela infelicidade, mas quando se ganha, o
  grupo todo ganha, quando se perde, também. É um jogador especial, infelizmente
  ficou marcado por aquela jogada.
A SAÍDA DO FLA
Sobre o processo de saída, Portaluppi destacou o seguinte:
  - Eu entreguei o cargo após o jogo. Já tinha me despedido dos jogadores no
  vestiário. Liguei para o Braz e Bruno dias depois, independente do que eles
  estavam pensando, avisei que iria sair. Pedi para sair até para dar
  tranquilidade ao próximo treinador e ao grupo fazer os jogos finais (do
  Brasileiro), me posicionei logo em seguida. 
  - Alguém faria diferente do que fiz naquela final? - questionou Renato,
  citando jogadores que atuaram sem estar em 100% das condições físicas, como
  Arrascaeta e Bruno Henrique.
QUEDA DE RENDIMENTO E ERROS DE ARBITRAGEM 
  Atualmente sem clube, Renato também falou com mais detalhes acerca da queda de
  rendimento do time na reta final da temporada passada e crê que o Fla foi
  prejudicado pela arbitragem no Brasileiro.
  - A queda de rendimento acontece em qualquer clube, qualquer grupo, sendo caro
  ou não. O maior problema que eu enfrentei no Flamengo foi que estávamos em
  três competições, com finais a cada três dias, tanto na Copa do Brasil,
  Brasileiro e Libertadores, precisávamos ganhar, e com muitos jogadores no
  departamento médico. Não tínhamos muitos jogadores para revezar. Mal tínhamos
  tempo para ver nossas famílias. Não estou dando desculpa, mas o Flamengo foi
  muito prejudicado no Brasileiro em termos de arbitragem. Somente um ia ganhar
  nas competições.
  Renato Gaúcho deixou o Flamengo após comandar a equipe em 37 oportunidades. No
  total, foram 24 vitórias, oito empates e cinco derrotas. Apesar dos bons
  números, o treinador sofreu muitas críticas quanto à parte tática e não
  conquistou nenhum título. 
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Imagem: Divulgação
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