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Num intervalo de dez dias, o Flamengo jogou duas vezes contra o Vasco,
limitado e em uma de suas piores fases técnicas da história. Em ambas venceu,
mas não convenceu, jogando de duas maneiras diferentes e em contextos
distintos, já que o mais recente foi válido pela partida de ida das semifinais
do Carioca, sonolenta e vencida por 1 a 0, no Maracanã.
Desta vez, Paulo Sousa optou por deixar Everton Ribeiro construindo por dentro
e trazer amplitude com Bruno Henrique pela ponta esquerda. No jogo da Taça
Guanabara, o camisa 27 atuou como referência e o capitão, como ala-esquerdo,
por exemplo.
As alterações táticas não culminaram em chances criadas, apesar do amplo
domínio da posse de bola, novamente inócua.
De acordo com o site "Footstats", o Fla só finalizou dez vezes no jogo, sete a
menos em relação à média do time no Estadual. No alvo foram apenas dois
chutes, tirando o pênalti, sendo que no segundo tempo não ocorreram arremates
à meta de Thiago Rodrigues. O time foi um deserto de ideias, aliás, e nem
sequer teve o controle das ações após o intervalo. Hugo foi importante.
Defeitos mais gritantes, que têm emperrado o time neste início de trabalho de
Paulo Sousa, estão identificados e são externados por jogadores e até pelo
técnico com certa frequência. Filipe Luís chegou a citar, com outras palavras,
a ausência de fome para aproveitar melhor o controle da bola.
- Com o resultado e a eliminatória ao nosso favor, arriscamos menos, por assim
dizer, e acabamos jogando menos. A sensação era que o jogo estava controlado,
mas claro que é um resultado perigoso.
O Fla tem passado a impressão de que não tem feito o dever de casa para ser o
time avassalador que almeja e investe para tal condição. E os dois jogos
contra o Vasco ligam um alerta pois, como o próprio Paulo Sousa tem dito, o
time vai enfrentar diversos adversários fechados ao longo da temporada. As
dificuldades na criação não condizem com a qualidade do elenco.
- Muitas vezes jogamos muito para trás e temos que superar essa pressão. É
algo que temos que melhorar, sobretudo nos últimos minutos de jogo, quando
temos mais controle. Se sairmos dessa pressão, teremos mais espaço para
encontrar capacidade de finalização - avaliou Sousa, que ainda viu Fabrício
revelar a sua pedida para evitar bolas recuadas a Hugo (veja mais aqui).
Antes de a bolar rolar, Paulo Sousa já havia dito que o time precisava
otimizar a amplitude para jogar contra o ferrolho vascaíno. O resultado
positivo veio ontem, mas a falta de "punch", baixa intensidade e repertório
para fazer valer a superioridade ainda deixaram a desejar.
A conferir se haverá progresso no próximo jogo contra o Vasco, a ser realizado
às 16h deste domingo, no Maracanã - o Fla pode até perder por um gol de
diferença que avança à final do Carioca.
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Imagem: Divulgação
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