Por Leo Burlá | Uol: Ponta-direita dos bons nos tempos em que infernizava zagueiros adversários,
Renato Gaúcho não esconde sua queda por jogadores insinuantes que quebrem as
linhas rivais e que resolvam partidas na base da individualidade.
Após consagrar alguns de seus "herdeiros" enquanto treinou o Grêmio, o técnico
do Flamengo encontrou em Michael, herói na vitória por 2 a 0 sobre o
Atlético-GO, a sua grande válvula de escape e tornou o camisa 19 o "Cebolinha"
da vez.
"O mais importante de tudo é a fase que ele está vivendo, ele tem nos ajudado
bastante. Jogou em todos os jogos desde a minha chegada, tem feito gols
importante, o grupo gosta muito dele. Está sempre alegre e brincando, mas
trabalha sério e escuta. Ele está sempre atento e está fazendo a diferença
para a gente", elogiou o treinador.
Atualmente no Benfica, Everton Cebolinha foi, talvez, o produto mais bem
acabado que passou pelas mãos do comandante. Destaque nas campanhas dos
títulos da Copa do Brasil de 2016 e da Libertadores de 2017, o jogador mudou
de patamar sob a batuta de Renato, que incentivou o atacante a apostar mais
nas jogadas individuais e se aproximar mais da área.
Antes de se firmar, no entanto, o benfiquista teve ao seu lado um outro atleta
que tinha no confronto direto uma de suas virtudes: Pedro Rocha. Herói no
título em 2016, ele, que hoje está no Atlhetico, mudou um pouco suas
características após ir para o futebol russo. Mais forte, perdeu um pouco
dessa explosão e passou a conviver com lesões. Contratado pelo Fla em 2020,
despediu-se da Gávea sem deixar saudades.
A lista, no entanto, não para por aí. Já depois da saída de Everton para o
futebol português, Renato pinçou no seu então clube uma nova solução.
Contratado ao Foz do Iguaçu, o ainda não muito badalado Pepê ganhou os
holofotes com as características que encantam o treinador. Com dribles e
velocidade, fez os gremistas vibrarem até sua venda para o Porto, concretizada
em julho de 2021.
Já com Pepê negociado, uma nova aposta surgiu no Tricolor. Também lançado por
Renato, Ferreirinha despertou a atenção em suas primeiras aparições, mas ainda
convive com alguma oscilação. O rubro-negro, no entanto, enxerga enorme
potencial no tricolor.
A aposta da vez
Nas graças do chefe e da torcida, Michael vai justificando a confiança. Apesar
de já ter dado sinais de recuperação com Rogério Ceni, ele vive seu melhor
momento no Fla e trocou o papel de reserva pelo de protagonista em um elenco
recheado de astros. Foi importante para o viés de alta a decisão de abreviar
as férias para jogar o Carioca, algo que vai fazendo a diferença agora.
Em 97 jogos pelo clube, ele já marcou 18 gols e deu 12 assistências. Apenas
nesta temporada, Michael disputou 54 partidas e marcou 14 vezes. Desde que
Renato chegou, o rubro-negro participou de todos os 30 jogos, balançando as
redes 11 vezes nesse período. No embalo do mais novo xodó, o Fla segue na
briga pelos dois títulos em disputa: Brasileiro e Libertadores.
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Imagem: Alexandre Vidal