Uol:
Nesta quarta-feira (22), às 21h30, o Flamengo começa a decidir a classificação
à final da Libertadores contra o Barcelona-EQU. Mas, no último domingo (19), a
equipe teve uma atuação fraca e perdeu, no Maracanã, para o Grêmio por 1 a 0,
pelo Brasileirão . O revés em casa liga o alerta da equipe antes da competição
continental.
No Fim de Papo Libertadores , live do UOL Esporte - com os jornalistas Julio
Gomes, Mauro Cezar Pereira e Rafael Oliveira - os comentaristas abordaram a
atuação de Renato Gaúcho na derrota do Rubro-Negro. As falas do treinador na
coletiva também foram alvo de críticas dos analistas.
Mauro Cezar disse acreditar que o treinador "beirou a maluquice" e o fez
lembrar do começo do século.
"O Grêmio, com o [Luiz Felipe] Scolari, com as mesmas ideias de décadas atrás,
e o Renato fazendo algo parecido com o que fez anos atrás. Me senti no começo
do século com a coletiva dele, quando ele ainda passava por Fluminense, Vasco
e vários clubes. O time era um bando, uma bagunça total. Quando colocou o
Tiago Maia, tirou o Andreas, era um 4-2-4 descabido. Na coletiva, disse 'se eu
coloco junto, vocês reclamam que são três volantes [com o Arão]'. Ele dizia
isso há uns 20 anos. Ele teve elencos com volantes marcadores, que basicamente
desarmam e não criam. O entendimento dele, de que esse trio é um trio de
jogadores que são destroem e não constroem, é extremamente equivocado, beira a
maluquice", disse.
Além disso, Mauro vê as entradas de Pedro, Kenedy e Bruno Henrique como outra
alternativa ruim. "Os argumentos que ele utilizou para colocar atacantes
também me chamaram atenção. 'Estou perdendo e preciso fazer gols. Para fazer
gols, coloco atacantes'. Mas aí você empilha atacantes. Se fosse
automobilismo, era ter um carro com ótimo motor, mas só com três pneus. O
carro não vai andar, precisa de quatro pneus. O Flamengo não tinha alguém para
fazer a bola chegar ao ataque. Ele ainda disse que Pedro e Gabigol juntos não
funcionam. Então por que colocou? Ele foi desastre à beira do campo e na
coletiva, minimizou uma derrota que foi importantíssima no campeonato. Isso é
muito perigoso para quarta, embora o time mude muito de comportamento. Ele
mostrou desconhecimento sobre jogadores e o que fazer", avaliou.
Na visão do colunista do UOL , o comandante está perdido à frente do clube da
Gávea e pode abrir mão da disputa do Brasileiro em breve.
"Ele está completamente confuso. Ninguém deve ficar surpreso se o Renato falar
que o Brasileiro está difícil e focar no mata-mata. O clube pensa diferente
disso. No Grêmio, havia um acordo, um pensamento comum. O Flamengo foi muito
mal diante do Grêmio, chutou apenas uma bola no gol. Não criou situações de
perigo, não fez a marcação alta. Foi um time de um jogo franco, mais lá e cá
dando espaço ao adversário. Quando encaixa, deslancha. A mudança no perfil de
jogo foi muito abrupta e vai mostrando dificuldades contra uma equipe mais
fechada, como o Grêmio fez", declarou.
Já Rafael Oliveira também disse acreditar que a análise feita por Renato ao
final da partida foi muito equivocada. "O Renato nunca foi de falar do lado
técnico, ele faz o perfil mais boleiro, para deixar todo mundo a vontade. Ele
não gosta de ir por esse caminho, mas foi muito mal nas frases. O Flamengo é
capaz de se impor, mas quais os grandes jogadores responsáveis por abrir
defesas? Everton Ribeiro e Arracaesta. Sem os dois, você coloca jogadores que
precisam de mais velocidade, perde passadores. Sem Diego, sem Felipe Luís, o
Flamengo ficou muito frágil para o que fazer com a bola", ponderou.
Para o comentarista, a chance de o Barcelona superar o Flamengo na
Libertadores é justamente explorar esse ponto fraco rubro-negro. "Ele vai
precisar se segurar, como fez contra o Del Valle, no Campeonato Equatoriano,
onde teve apenas 25 % de posse e perdeu com um gol nos acréscimos. É um duelo
de uma disparidade grande. Será fundamental se segurar, frustrar o Flamengo e
buscar os contra-ataques com o Preciado, que para mim é o principal jogador. O
jogo contra o Grêmio serve de alerta", concluiu.
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Imagem: Reprodução
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