Por Felipe Schmidt e Fred Huber | GE:
A remarcação de duas partidas adiadas do Campeonato Brasileiro criou um
desafio logístico no Flamengo. A primeira semana de novembro fará com que a
delegação rubro-negra percorra cerca de 3,4 mil quilômetros em duas viagens ao
Sul, intercaladas com jogos no Rio de Janeiro.
— Foto: ge
A maratona terá quatro jogos em até 10 dias. O período envolve uma viagem a
Curitiba para enfrentar o Athletico-PR, retorno ao Rio de Janeiro para o duelo
com o Atlético-GO e, depois, novo deslocamento a Chapecó para atuar contra a
Chapecoense.
O Flamengo pode encarar o seguinte cenário:
- 30/31 de outubro: Atlético-MG (Rio de Janeiro), 29ª rodada do Brasileirão;
- 2 de novembro: Athletico-PR (Curitiba), quarta rodada do Brasileirão;
- 5 de novembro: Atlético-GO (Rio de Janeiro), 19ª rodada do Brasileirão;
- 6/7/8 de novembro: Chapecoense (Chapecó), 30ª rodada do Brasileirão.
Dirigentes questionam remarcação
A divisão dos jogos gerou questionamentos internos, mas a diretoria aguarda
que a CBF retifique o calendário antes de tomar qualquer medida.
Ainda assim, dirigentes do Flamengo se manifestaram publicamente contra o
calendário decidido pela CBF. Eduardo Baptista, o Bap, VP de Relações
Externas, ironizou o pleito por isonomia de outros clubes, lembrando da
disputa por liberação de público nos estádios.
O VP jurídico, Rodrigo Dunshee de Abranches, mostrou preocupação com a
possível realização de partidas com menos de 66 horas de diferença - cenário
que pode acontecer, a depender da confirmação das datas dos jogos contra
Atlético-MG e Chapecoense.
- Já temos toda documentação legal e nossos atletas já estão informados de
seus direitos e do desrespeito às condições mínimas de trabalho. Temos certeza
que houve um lamentável equívoco e que haverá correção. Não houve mais nenhuma
situação de força maior e não há ordem judicial - escreveu Dunshee em rede
social.
Em 2017, um acordo entre a Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas
Profissionais de Futebol) e a CBF estabeleceu o período mínimo de 66 horas de
descanso entre dois jogos de um mesmo time. Em 2020, devido à paralisação do
futebol com a pandemia de coronavírus, houve entendimento para que fosse
possível reduzir a diferença por motivos de força maior.
- Há uma sentença judicial que homologou um acordo e que proíbe intervalo
menor que 66 horas. Houve um caso de força maior em 2020 e um jogo com 48
horas, mas em 2021 não teve paralisação dos campeonatos por pandemia, mas pela
Copa América. Vamos pedir a CBF que corrija isso - disse Dunshee em rede
social.
Situação similar em 2020
No Campeonato Brasileiro de 2020, o Flamengo passou por situação parecida. O
time disputou três jogos em seis dias, contra Goiás, RB Bragantino e
Corinthians. Na ocasião, porém, os dois primeiros duelos aconteceram no Rio,
com posterior deslocamento a São Paulo.
- 13/10/2020: Flamengo 2 x 1 Goiás
- 15/10/2020: Flamengo 1 x 1 RB Bragantino
- 18/10/2020: Corinthians 1 x 5 Flamengo
Para mitigar os efeitos das viagens, o Flamengo desde 2019 usa aviões
fretados. Desta forma, consegue otimizar o tempo e costuma voltar ao Rio de
Janeiro imediatamente após jogos fora de casa, o que ajuda a acelerar a
recuperação física dos atletas entre as partidas.
VEJA AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Imagem: Marcelo Cortes