Jornalista aponta os fatores que fazem o Flamengo 'sobrar' em relação aos demais times do Brasil




Para o jornalista Carlos Sartori o Flamengo está "sobrando" em relação aos outros times do Brasil e segundo ele, isso se deve a alguns fatores, um deles seria a manutenção de jogadores titulares por um longo período no clube, veja abaixo a análise do jornalista:



Diego Alves, Rodrigo Caio, Filipe Luís, Willian Arão, Diego Ribas, Everton Ribeiro, De Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol. Nove jogadores, titulares absolutos em dois anos. Quase uma seleção brasileira! Qual time no país pode se dar ao luxo de manter jogadores talentosos por tanto tempo em seu elenco? Esse é o maior trunfo do Flamengo! 

Além disso, segue contratando e tem reservas que resolvem a parada na ausência dos craques. Casos dos atacantes Pedro e Michael e do meia-atacante Vitinho. Os laterais-direito Isla e Matheuzinho não têm a mesma experiência e talento de Rafinha, mas em um time redondo dão conta do recado. E ainda, tem o Rodinei. Um reserva de luxo e rodado. Caso Filipe Luís saia da lateral-esquerda, Renê pode entrar naturalmente. Sem Gerson, Arão e Diego carregam o piano com maestria como volantes que sabem sair jogando. Um luxo ter um camisa 10 nessa posição e ainda como capitão da equipe. E ainda tem, João Gomes e Thiago Maia. Um como primeiro volante e outro segundo. Boa marcação e habilidade. 

E se a zaga era o eterno problema, desde a saída do espanhol Pablo Mari, e com as sucessivas contusões de Rodrigo Caio, aos poucos Gustavo Henrique, Léo Pereira e Bruno Viana também vão resolvendo sem comprometer o time. E o quarteto fantástico formado por Everton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol? Poucas seleções no mundo tem quatro jogadores tão inteligentes como eles. A bola rola de um lado para o outro com a maior facilidade e sempre agredindo o adversário. Dá gosto de ver!

É claro que um bom técnico ajuda a fazer essa equipe voar e Renato Gaúcho encaixou bem no esquema de sucesso que já existia. Bastava alguém para dar um toque a mais, um molho no time, um profissional de pulso firme e com conhecimento para conquistar respeito dos atletas. O tempo mostrou que o catalão Domènec Torrent e Rogério Ceni não eram os técnicos ideais para um time pronto. Qualquer torcedor de outro time brasileiro sabe a escalação titular do Flamengo. Mérito da diretoria e do talento dos jogadores escolhidos a dedo.

O novo comandante Renato trouxe a experiência vitoriosa no Grêmio, com importantes títulos, e sem mexer muito na estrutura tática organizou a equipe que voltou a encantar. Ele não inventou, mas trouxe uma energia diferente. O time rubro-negro está mais leve e com isso a alegria voltou. Até nas entrevistas, o clima mudou. Nas comemorações entre os jogadores e o treinador é possível ver como o ambiente é de pura satisfação. Difícil ver cara feia nas substituições. E se isso acontece, ele tira de letra. Os jogadores chatos, marrentos, estão por aí, e o próprio Renato já foi um no passado. Com ele, a relação é outra, existe respeito. O resultado está nos números. Em apenas seis jogos, seis vitórias, 24 gols marcados com média de quatro por partida. Apenas três gols sofridos, média de 0,5 por jogo. 

Não tem time no Brasil que faça frente ao Flamengo. São Paulo e Corinthians sentiram na pele a força do Rubro-negro. Foram oito gols marcados, cinco contra o Tricolor paulista e três sobre o alvinegro. Apenas dois gols sofridos, um em cada jogo. O Palmeiras levou apenas de 1 a 0 na estreia do Brasileirão, no Maracanã. Deu sorte! Se fosse hoje, com o que o líder do campeonato está jogando, o Verdão tomaria de mais. O sucesso no nacional e na Libertadores não condiz com o futebol apresentado pelo alviverde. 

As quatro derrotas do Flamengo no Brasileirão (3 a 2 Bragantino, 1 a 0 Juventude, 1 a 0 Fluminense e 2 a 1 Atlético-MG), na gestão de Rogério Ceni, foram acidentes de um percurso corrigido na hora certa. É verdade que o antigo treinador sofreu com algumas ausências, mas eram jogos possíveis de serem vencidos com o elenco que ele tinha nas mãos. Galo e Bragantino são os melhores dos quatro, nesse momento, e podem complicar no segundo turno, mas Flu e Juventude não irão fazer frente ao Rubro-negro. 

Em 12 jogos no Brasileirão, o Flamengo venceu oito e não empatou nenhuma partida. Um time formado para vencer. Hoje, é o quinto na tabela com 24 pontos, oito a menos do que o líder Palmeiras (32). Tem também duas vitórias a menos (8 a 10), mas iguala em número de gols marcados (25). Os melhores ataques da competição, ao lado do Bragantino. Porém, o atual bicampeão tem a melhor defesa do que o líder (11 a 12) e é superior no saldo de gols (14 a 13). O Flamengo tem a maior média de gol entre os times da Série A nessa temporada: 89 bolas nas redes com 2,28 por jogo.

E por falar em gols, qual time tem um trio como Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol? Desde 2019, os três colecionam números de dar inveja:  o meia uruguaio (124 jogos, 38 gols, 44 assistências), o camisa 27 (142 jogos, 67 gols, 33 assistências) e o camisa 9 (123 jogos, 90 gols, 26 assistências). Gabigol fez 20 gols no ano e Bruno Henrique é o artilheiro do Brasileirão com sete gols. Um absurdo! Não queria estar em campo com esse trio. Se eles não fazem gol, lá estão outros com faro de artilheiro: Pedro, Michael, Vitinho. No baile contra o Corinthians, teve até gol do zagueiro Gustavo Henrique e do meia Everton Ribeiro que ainda não tinha marcado na temporada.

Na briga pelo título, acredito que o Palmeiras irá tropeçar em alguns jogos, assim como aconteceu no empate sem gols no clássico contra o São Paulo, na última rodada. Não será surpresa se o Verdão virar o fio. Vi esse filme antes e recentemente. Já, o Flamengo com esse timaço, e sob a batuta do maestro Renato Gaúcho, seguirá jogando por música e apavorando os adversários. Só as contusões e convocações para as eliminatórias podem atrapalhar novamente o caminho do melhor time do Brasil. O tricampeonato seguido do Flamengo será questão de tempo. Aposto 10 por 1 nesse título, você concorde ou não!


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Imagem: MARCELLO ZAMBRANA/AGIF

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