Interrompido em tempos de amor em alta, o casamento entre o time do Flamengo e
sua torcida será retomado após 497 dias de distância. Hoje (21), o Rubro-Negro
encara o Defensa y Justicia (ARG), às 21h30, no Mané Garrincha, pelas oitavas
de final da Libertadores. Com a vantagem de ter vencido por 1 a 0 na ida, a
equipe joga por um empate.
O reencontro não será totalmente pleno, já que apenas 25% do estádio na
capital federal estará aberto para o público. Mas ainda que a casa não esteja
totalmente cheia, os jogadores do Fla vão voltar a ter um contato que fez
falta para o time, especialmente em 2020.
Sem a força do Maraca, o Rubro-Negro sentiu os efeitos do silêncio e chegou a
sucumbir sem a Nação. O sistema de som tentou dar o seu jeitinho, mas a
química foi perdida. Em tempo de pandemia, os gritos da galera foram
substituídos pelos sons do campo, transformando completamente a experiência de
quem ganha a vida dentro das quatro linhas.
Ironicamente, o divórcio veio em tempos de troféus em série na Gávea. Sem a
força da arquibancada, o Fla viu mais de R$ 100 milhões previstos em
bilheteria escorrerem pelos dedos, mas compensou a falta de grana com voltas
olímpicas. Do início da pandemia para cá, os rubro-negros empilharam as taças:
dois Cariocas, um Brasileiro e uma Supercopa.
Em que pese os títulos, o time, em campo, vive um período de recomeço, com
apenas o quarto jogo sob o comando de Renato Gaúcho —Rogério Ceni foi
contratado e demitido em meio à pandemia. Foram três vitórias até aqui com o
novo treinador, que espera ver a equipe numa curva ascendente depois da
goleada imponente sobre o Bahia, pelo Brasileirão, no domingo.
Na concentração do Flamengo na capital federal, o ambiente já é diferente por
conta do fato novo. Embora a Libertadores já seja o combustível natural de um
grupo que não se cansa de ganhar, ter o grito do torcedor novamente é motivo
de ansiedade para os jogadores.
Além de seguir vivo no sonho do tri continental, o clube também sabe que tem
um "jogo duro" para vencer fora do campo. Impulsionado pela final da Copa
América, o Fla viu a brecha e fez valer a sua vontade de abrir parcialmente o
Mané Garrincha.
Ante a recusa do município do Rio em liberar o Maracanã nestas condições, a
direção apostou em suas convicções e abraçou quem lhe estendeu a mão. A lupa,
no entanto, será grande e a cúpula sabe que estará sendo vigiada de perto.
Entre os cardeais rubro-negros há a certeza de que muitos torcem pelo
insucesso da empreitada. Com os números da covid ainda em estágio alarmante,
muitos clubes não concordam com o método do rival, mas sabem que a pressão
popular ira crescer caso o Flamengo consiga traduzir isso em ganhos
financeiros e esportivos.
Como a operação para o jogo é complexa e demanda protocolos mais rígidos, os
cariocas tentam se cercar de cuidados para terem êxito na empreitada. Para a
final da Copa América, casos de exames falsos de PCR proliferaram no Maracanã
e acenderam o alerta. A ordem no clube é ampliar a fiscalização e tentar
garantir que não haja aglomerações antes da partida.
Em caso de sucesso em campo e fora dele, o Flamengo sairá de Brasília
fortalecido em todos os aspectos. No embalo da torcida, o time quer dar mais
um passo para retomar a América. A direção, por sua vez, espera dar a tacada
certeira e fazer do duelo contra os argentinos um marco em tempos de "novo
normal".
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Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2021/07/21/flamengo-reve-torcida-apos-497-dias-por-vitorias-dentro-e-fora-de-campo.htm
Imagem: Divulgação Flamengo
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