Por Rodrigo Mattos | Uol: Ao final do ano passado, o Flamengo previu a volta da torcida aos estádios em
abril de 2020 e, portanto, orçou R$ 100 milhões em renda de bilheteria. O
planejamento não se confirmou. Agora, o clube, enfim, vai ter um jogo com
público na Libertadores —diante do Defensa y Justicia, amanhã (21), em
Brasília)—, como parte de passos para o retorno definitivo de torcedores. Mas
a diretoria rubro-negra não conta com a renda de bilheteria para fechar as
contas deste ano, embora a veja como bem-vinda.
O orçamento rubro-negro não foi revisto oficialmente. Mas, internamente,
dirigentes do time carioca já têm suas previsões das contas do ano com lucro
zero com bilheteria. Se houvesse, sim, o retorno em outubro, isso ajudaria as
finanças.
Por isso, a primeira partida com o Defensa y Justicia é vista mais como um
primeiro passo na campanha pela volta do público do que como uma chance de se
obter lucro. Há a estimativa da diretoria rubro-negra de que é possível que o
clube apenas empate os custos ou tenha pequena sobra. O quadro não estava
claro ainda com as vendas até segunda-feira.
A questão é que o público de até 15 mil terá de ser espalhado por todos os
setores do Mané Garrincha, um estádio com capacidade para mais de 70 mil
espectadores, pelas regras de distanciamento. Assim, aumenta-se o custo com
todas as partes do estádio abertas. Além disso, terão de ser bancados custos
de viagem do Defensa. Os ingressos cobrados vão de R$ 140,00 de R$ 500,00.
Essa estratégia de abrir todos os setores deve valer para o Maracanã. O
Flamengo já começa os estudos para o retorno da torcida ao estádio, e há um
pedido feito à prefeitura do Rio de Janeiro ainda sem resposta. Mas há a
certeza de que uma permissão só ocorrerá com torcedores espalhados pelo
estádio. Por enquanto, o público não está permitido no Brasileiro e na Copa do
Brasil, apenas na Libertadores.
O clube precisa avaliar qual é o número de torcedores necessários para a
operação se tornar rentável. Outro aspecto é o impacto da bilheteria no
sócio-torcedor. Atualmente, o programa tem 53 mil torcedores, menos da metade
do que apresentava no início da pandemia.
Em 2020, o Flamengo contabilizou em torno de R$ 200 milhões as perdas com
bilheteria e sócio-torcedor por conta da pandemia. Com os adiamentos de
público, o clube decidiu se precaver com vendas de atletas e evitando
investimentos altos no time. Agora, caso consiga de fato ter públicos
significativos em 2021, será um ganho extra além do previsto.
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Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/colunas/rodrigo-mattos/2021/07/20/flamengo-planeja-volta-gradual-de-torcida-sem-contar-com-lucro-garantido.htm
Imagem: Marcelo Cortes
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