Apesar do caos político que chacoalha a CBF, a entidade tem avançado na
discussão das diretrizes para o projeto-piloto que prevê a presença de público
nos estádios das partidas pelas quartas de final da Copa do Brasil. Os duelos
de ida estão previstos para 25 de agosto. Pelos planos da entidade, a ideia é
trabalhar com um teto de 30% de ocupação das arquibancadas, reservando um
setor exclusivo para quem tiver sido vacinado (imunização completa).
A vacinação não será a única exigência. O UOL Esporte apurou que plano da
comissão médica é exigir de quem não estiver imunizado apresente exame PCR
feito até 72 horas antes da partida ou antígeno de até 48 horas de
antecedência. O motivo é que a testagem via antígeno é mais rápida e mais
barata para a população, o que tenderia a evitar um afastamento da torcida por
motivos financeiros.
O plano da CBF é espalhar os torcedores por setores, observando a distribuição
de assentos para gerar distanciamento social. Se for possível separar o espaço
em quatro partes, uma delas seria o espaço exclusivo para vacinados. Quem
tiver sido imunizado e quiser acompanhar outra pessoa em setor diferente, pelo
plano atual, deve fazer algum dos exames exigidos. A verificação para checar
se quem comprou o ingresso realmente foi imunizado será feita via base de
dados do SUS.
A questão dos testes faz parte de uma das quatro matrizes que a CBF está
desenvolvendo para o projeto-piloto. Desse bloco fazem parte questões de
segurança, controle de fraudes em exames e uma forma de auditar os dados antes
dos jogos.
O que gera maior dor de cabeça para a CBF é encontrar uma maneira de barrar
qualquer tentativa de fraude. A final da Copa América, da qual vários
torcedores foram barrados por apresentarem resultados falsos, é um exemplo
recente. Há uma tentativa de estabelecer conexão com laboratórios e farmácias
para que os resultados sejam remetidos diretamente para um sistema da CBF, mas
a entidade reconhece que há cidades do interior em que esse processo será mais
difícil. Por isso, também se prepara para uma frente de verificação de dados
presencialmente.
Na comissão médica, há um trabalho que envolve identificar o nível de
segurança nas 12 possíveis cidades que sediarão os jogos de ida e volta das
quartas de final da Copa do Brasil — o número considera os times que estão na
fase atual. O trabalho visa à criação de índices de segurança para cada
cidade. As variáveis consideradas são incidência de infecção por 100 mil nos
últimos 14 dias, índice de imunizados e índice de mortalidade por milhão de
habitante.
A partir daí, seria feito um cálculo com uma fórmula complexa para saber se o
município atende os parâmetros. Com um percentual acima de 50% no índice,
poderia haver 10% de público. Com um percentual acima de 75%, poderia se ter
30% do público.
Há algumas cidades que preocupam mais, como Curitiba e Porto Alegre. A
liberação será submetida, em última instância, às autoridades locais, que
podem aumentar o sarrafo na exigência de itens para presença de torcedores. A
diretoria de competições pode discutir com os clubes, caso os números sejam
impeditivo, a transferência para outra cidade, caso o custo-benefício seja
positivo.
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Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2021/07/29/cbf-planeja-setor-so-para-vacinados-e-estadios-com-ate-30-de-ocupacao.htm
Imagem: Conmebol
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