A primeira impressão do Flamengo sob o comando de Renato Gaúcho deixou muita
gente desconfiada, mesmo com a vitória sobre o Defensa y Justicia fora de casa
na Libertadores. Pois, na segunda partida do treinador, a equipe apresentou
tudo aquilo que se espera de um elenco que empilha títulos há duas temporadas.
A goleada por 5 a 0 sobre o Bahia em Salvador foi construída com muito mérito.
Desde o início, o Flamengo mostrou todas as suas características: controlou o
ritmo do jogo, marcou bem por pressão e empilhou chances de gol. E acrescentou
alguns fatores que vinham faltando: maior eficiência nas finalizações e
segurança na defesa.
Renato fez duas mudanças na equipe que venceu o Defensa y Justicia. E elas se
tornaram cruciais: com Willian Arão e Diego como volantes, o Flamengo melhorou
muito a saída de bola e foi ainda mais efetivo na pressão pós-perda de bola.
Especialmente no primeiro tempo, foram frequentes os momentos em que Arão ou
Diego se posicionavam ainda na intermediária ofensiva para recuperar a bola,
cortar um contra-ataque e iniciar uma nova ação ofensiva.
Arão também teve participação importante na saída de bola. O Flamengo manteve
a saída com quatro jogadores, aglutinando zagueiros e volantes numa espécie de
quadrado para sair jogando. Em momentos específicos, Arão recuava ainda mais
para se juntar a Gustavo Henrique e Léo Pereira, na saída de três jogadores
que foi mais marcante com Jorge Jesus e Rogério Ceni.
Na frente, a presença de Gabigol muda muita coisa. Apagado contra o Defensa, o
atacante voltou à sua melhor versão. Foram três gols de qualidade: uma
cobrança de pênalti com a eficiência habitual, um toque de primeira que matou
a marcação, e uma finalização cruzada após ótimo passe de Everton Ribeiro. Um
cardápio variado para aquele que já é o segundo maior artilheiro do Flamengo
na história do Brasileirão.
Mas Gabigol não se limitou a finalizar. Já no início do jogo, saiu mais da
área para ajudar na construção. Foi assim num belo lançamento para Michael e
em outros momentos em que vinha receber no meio-campo, de frente para a
marcação. Arrascaeta e Everton Ribeiro, mais próximos no 4-2-3-1 de Renato,
também foram cruciais para envolver a defesa do Bahia.
Defesa não sofre gol pelo segundo jogo seguido
Por fim, vale a menção à dupla de zaga. Sempre contestados pela torcida,
Gustavo Henrique e Léo Pereira voltaram a fazer um jogo sólido, diminuindo os
erros.
Na entrevista coletiva após o jogo, Renato citou que vem dando confiança aos
dois e corrigindo alguns aspectos. Até aqui, vem dando certo: foi a segunda
partida em que a defesa não sofreu gols, um dos grandes problemas do Flamengo
na temporada.
Até aqui, Renato tem 100% de aproveitamento pelo Flamengo: dois jogos, duas
vitórias. O último treinador que conseguiu isso em sua chegada foi Zé Ricardo,
em 2016. Os triunfos vieram de formas quase opostas, em contextos diferentes.
Cabe ao time e ao treinador desafiarem o ditado e mostrarem que, às vezes, é a
segunda impressão que fica.
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Fonte: https://ge.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/analise-segunda-impressao-convence-e-flamengo-de-renato-retoma-identidade-dominante.ghtml
Imagem: Alexandre Vidal
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