"A Liga está criada", disse um cartola ao final do encontro que reuniu 36
representantes de clubes do futebol brasileiro ontem (28) , em uma sala de
conferências de um hotel em São Paulo. No entanto, ainda há muito o que fazer,
e é a partir de agora que a coesão dos clubes será realmente colocada à prova.
Por ora, o que se tem de concreto é um combinado: na reunião de ontem (28), os
40 clubes das Séries A e B formalizaram "a intenção de constituir a Liga",
como diz a carta de intenções assinada por todos os dirigentes presentes . O
que todos concordam é ser necessário "uniformizar a atuação em negociações,
mirando eficiência, transparência e igualdade de tratamento". É um movimento
de robustez inédita, o que deixou otimistas todos os presidentes ouvidos pelo
UOL Esporte .
Este, no entanto, é apenas o primeiro passo. A Liga enquanto ideia gregária,
com força coletiva, foi criada na reunião de ontem, com assinaturas colhidas.
No entanto, o campeonato (ou os campeonatos, afinal são 40 times) ainda não
têm data para começar. Entre uma coisa e outra, os dirigentes ainda vão
precisar entrar em consenso sobre muita coisa.
O próximo movimento, como consta na carta de intenções, é a formação de uma
"Comissão de Trabalho" que será responsável por redigir os "Atos Constitutivos
da Liga", ou seja, todos os documentos de fundação para uma entidade de
futebol existir: um estatuto, regimentos interno etc. Ainda não foi definido
quais e quantos clubes formarão esta comissão.
Os dirigentes voltarão a se reunir quando estes documentos estiverem prontos,
em até 90 dias, justamente para debater e assinar o estatuto . É neste
processo que a união entre os clubes será mais claramente colocada à prova,
pois define toda a operação institucional da nova entidade (desde a política
de governança até a divisão comercial, assuntos sempre controversos entre
dirigentes).
O objetivo é definir o primeiro presidente da Liga em três meses —no caso, um
dos dirigentes. Caberá a esta pessoa contratar os profissionais que vão compor
a estrutura da entidade. Fala-se em CEO e diretores "do mercado do futebol",
para que a administração não tenha ligação muito próxima com este ou aquele
time (como era no Clube dos 13, por exemplo). Paralelamente, os clubes têm
visto apresentações de empresas de auditoria e consultoria, pois mais à frente
uma delas será contratada para prestar serviços à Liga.
Tudo isso faz parte da estruturação da Liga como entidade, sendo etapas
essenciais para que a ideia se torne de fato viável. Só depois de subir esta
montanha é que os clubes passarão a discutir assuntos mais próximos do futebol
em campo, como por exemplo os patrocínios ao campeonato e o custeio do VAR.
Ainda não está claro nem para os dirigentes se haverá tempo hábil de inaugurar
a Liga, o campeonato, em 2022. O sentimento geral é de que "não há pressa"
para substituir o Campeonato Brasileiro, portanto o esforço não é para fazer
já, mas fazer direito. Outra incógnita por enquanto é a relação da Liga com a
CBF: não há intenção de rompimento, mas tampouco está definido como as duas
entidades vão conviver.
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Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2021/06/29/a-liga-ja-existe-o-passo-a-passo-da-fundacao-do-novo-torneio-brasileiro.htm
Imagem: Arthur Sandes/UOL
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