Quando anunciada, a escalação rubro-negra diante da LDU causou surpresa na
torcida e em analistas. Eram três zagueiros de origem em campo, cinco
titulares fora do jogo. O que exatamente Rogério Ceni queria em um jogo que
poderia garantir a classificação do Flamengo em primeiro da
Libertadores?
Não estavam em campo Isla, Arrascaeta, Diego, Bruno Henrique e Filipe Luís.
Havia uma dedução de que Ceni priorizava a final do estadual, diante do
Fluminense. Ceni rechaçou esta tese.
"Não, testamos três zagueiros de ofícios. Jogamos no exato sistema. Treinamos
com Léo Pereira na função do Filipe Luís. Léo Pereira tem um jogo aéreo
superior. Tem uma construção", afirmou o treinador rubro-negro, explicando que
queria aumentar a estatura do time. Só citou desgaste de Filipe Luís.
Como escalação alternativa, Ceni mandou a campo três zagueiros de ofício,
Bruno Viana, Gustavo Henrique e Léo Pereira. Na prática, não era muito
diferente do esquema tático habitual. O time se defendia com uma linha de
quatro com Matheuzinho, e tinha três defensores quando saia a bola e quando
atacava. Léo Pereira fazia a função de Filipe Luís, e Matheuzinho se lançava à
frente na direita.
O início de jogo mostrava um previsível Flamengo dominante pela sua maior
técnica sobre o LDU. Até que Arão acertou um chute na cara de Amarilla e foi
expulsou aos 15min. Obviamente, o jogo mudou e este é o único atenuante para o
técnico do time.
Mas ainda havia a superioridade rubro-negra simbolizada pela jogada de Pedro.
Dominou uma bola difícil, escorou o zagueiro e achou um espaço improvável para
fazer o gol. Não durou muito tempo a vantagem. A zaga rubro-negra voltou a
falhar pelo alto com Gustavo Henrique e Gerson, Guerra empatou a partida.
Aos poucos, Rogério Ceni começava a consertar os erros que tinha cometido na
escalação. No intervalo, Ramón entrou no lugar de Léo Pereira, e Bruno
Henrique dava a opção de velocidade no lugar de Gabigol.
O que não mudou foram os erros defensivos. Mais uma bola alta na área, mais
uma falha. Matheuzinho permite a escorada na área, Bruno Viana deu as costas
para o atacante Julio que virou a partida. O excesso de erros em jogadas
aéreas é uma marca da temporada rubro-negra, um equívoco coletivo e, portanto,
na conta também do treinador.
Em desvantagem, o treinador rubro-negro continuou a corrigir seus erros:
colocou Diego e Arrascaeta em campo. Mas já era um time que tinha iniciado
desfigurado, foi afetado por uma expulsão e depois seguiu meio bagunçado.
Pressionava de forma inofensiva e a derrota levaria a decisão da vaga para a
rodada final da Libertadores
Até que Arrascaeta arrancou um cruzamento precioso na bola parada para Gustavo
Henrique. O empate salvou o Flamengo de se complicar na América do Sul. O time
sobreviveu aos equívocos desta noite de seu técnico e se classificou ao
mata-mata da Libertadores com uma rodada de antecedência. Detalhe: Ceni
entendeu que não cometeu nenhum erro.
VEJA AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/colunas/rodrigo-mattos/2021/05/20/flamengo-sobrevive-a-opcao-esdruxula-de-rogerio-ceni-de-priorizar-estadual.htm
Imagem: GE