No último fim de semana foi revelado que a Ferj (Federação de Futebol do
Estado do Rio de Janeiro) tem um plano para testar o retorno do público aos
estádios na edição atual do Campeonato Carioca , mesmo com o Brasil passando
atualmente pelo pior momento na pandemia. A notícia foi seguida de notas de
Botafogo, Fluminense e Vasco se colocando contrários à ideia.
No podcast Posse de Bola #106 , Mauro Cezar Pereira comenta o caso de acordo
com as informações que apurou sobre como seria o tal teste e vê a reação com a
negativa dos clubes com influência da má repercussão que o assunto teve,
enquanto o Flamengo não se manifestou e deu a impressão de que é o único
favorável, ainda que não se saiba se realmente é.
"Houve uma discussão interna e os clubes estavam inclinados a levar isso
adiante. Depois, com a péssima repercussão a partir das matérias que foram
publicadas, aí vieram notas oficiais. 'Não, eu não quero, eu não vou', e a
federação não quis se manifestar da maneira que deveria se manifestar, 'o
nosso plano era esse, assim, assim e assim', aí ficou esse clima", diz Mauro
Cezar.
"O Flamengo ficou em cima do muro, minha opinião, o Flamengo quer. A
informação que o Flamengo quer eu não tenho porque o clube não se manifestou,
o clube ficou na dele, mas os outros me parecem que se manifestaram depois de
sentir uma má repercussão, uma repercussão muito ruim da ideia que é ruim,
obviamente é ruim e que não foi bem esclarecida", completa.
O jornalista afirma que a discussão seria válida se fosse apenas um plano para
quando for possível voltar e não exatamente para a forma como se desenhou,
inclusive com a possibilidade de ter público já no próximo Fla-Flu, enquanto o
Brasil atinge média acima de 1.500 mortes por dia pela covid-19.
"Impressiona a capacidade da federação do Rio e dos clubes cariocas para fazer
o básico, o mínimo. Primeiro, essa ideia não cabe nesse momento, então não
deveria nem ter sido discutida essa situação, talvez sim discutida pensando lá
na frente. Você pode discutir. Vai levar quanto tempo? Seis meses, um ano,
dois anos? Não importa, você pode começar a planejar. Acho até que é saudável
você começar a imaginar de que maneira vai retomar. A Inglaterra, por exemplo,
voltou o público com 2 mil pessoas nos estádios, aí depois retirou a galera do
estádio de novo, ou seja, eles discutem lá isso, óbvio, você acha que os
alemães não estão discutindo?", diz Mauro.
"Cada um vai discutindo pensando em como resolver isso, não é uma hora para
você discutir isso, inclusive pensando no Fla-Flu do domingo que vem no
Maracanã, às 18h. Mas essas informações estão muito truncadas e aí é culpa do
Flamengo não se manifestar, acaba parecendo que é só ele o interessado, como
tenho muitas dúvidas se só ele estrava interessado nessa história. Mas como
não se manifesta, tem um lado bom, pelo menos não estão sendo cretinos,
dissimulados, desmentindo uma coisa que queriam fazer eventualmente, mas não
se manifestar também não é legal", completa.
Outro ponto que Mauro chama a atenção é para os clubes terem se colocado
contrários após terem debatido o assunto em reuniões, o que não deixa claro se
eles realmente não queriam ou se soltaram nota contrária à ideia apenas com
receio pela má repercussão.
"E a federação do Rio poderia ter se comunicado de uma forma mais clara para
explicar essa situação, mas eu não estou muito convencido, muito pelo
contrário, de que todos estão tão contrários assim não, tanto que debateram lá
dentro, internamento discutiram. Se você é contra, você nem discute, certo?",
diz o jornalista.
"Mas discutiram, debateram, aí a coisa vazou e depois que vazou, vazou como se
fosse uma ideia diferente do que parece que eles tinham de fato, que de
qualquer maneira é ruim. E em cima disso o que é que vem? 'Ah não, eu não
quero, eu sou contra'. Isso me lembra aquela história do salvar vidas com
faixa dentro do campo também e não pagando salário de funcionário. É uma
grande hipocrisia o futebol do Rio de Janeiro também", conclui.
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Fonte: Uol
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