Exigente por natureza, o torcedor do Flamengo que olha um dos elencos mais caros do Brasil, com resultados positivos atrás de resultados positivos nas finanças, tem paciência curta até para empate contra o forte River Plate na Argentina. Mas é esse time, de amadurecimento crescente, debaixo de cobranças e, às vezes, desconfiança, que faz boa campanha no Brasileiro de 2018 e retoma a liderança com a vitória por 2 a 0 sobre o Bahia, no Maracanã.
Bom, para começo de conversa, trata-se de um time regular. Pode não ser intenso – como foi o primeiro tempo, em contraste com a segunda etapa que passou impressão de “pé no freio” – e ser brilhante - quem é no futebol atual? -, mas tem sido eficiente.
Vinicius e Paquetá: os corredores
Mapa de calor de Paquetá (Foto: WhoScored.com)
A capacidade de cobertura em lances que os meias não alcançam os adversários, o tempo de bola para cortar passes e lançamentos e a leitura de jogo para deixar a lateral - ora fechando espaços pelo meio de campo, ora infiltrando na diagonal para procurar o passe – encaixam o time de Barbieri.
Mapa de calor de Renê (Foto: WhoScored.com)
Dourado fora de sintonia
Movimentação de Henrique Dourado (Foto: WhoScored.com)
Se contra o River Plate e o Atlético-MG a bola passou longe dos pés do Flamengo, com saldo de um empate e uma vitória, contra o Bahia o Rubro-Negro chegou a ter a bola 80% do minutos do primeiro tempo. A volta para recuperar a bola está mais coordenada – com efetiva participação de todo o time.
Barbieri ainda dá tímidos sinais de mudanças quando substitui Henrique Dourado. Um time que voltou a jogar com toques ligeiros e lances rápidos têm prescindido da procura pela “referência”, do “camisa 9”. Contra o Bahia, Jean Lucas entrou. Em 10 minutos em campo tocou 10 vezes na bola – duas a menos que Dourado, que ficou em campo por 80 minutos.
O treinador do Flamengo sabe que vai precisar de Dourado em jogos com outras características. Jogador de área, ele não cabeceou uma vez contra o Bahia - mas se esforçou para finalizar na bola que Paquetá quase marcou em cobrança de escanteio. Barbieri tem poucas opções para mexer na posição. Lincoln, mais leve e com bom entrosamento com Vinicius, ainda aguarda sua vez na fila. Talvez o próximo passo de Barbieri seja ser mais incisivo na busca por alternativas.
Fonte: https://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/lider-fla-busca-velho-estilo-mordendo-e-criando-e-tem-ponto-de-equilibrio-em-rene.ghtml
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