Em 2013 o torcedor do Flamengo passou a conviver com um período de seca assumida. Reorganizar o clube, elevar as receitas e pagar as dívidas era a proposta do grupo que derrotou a situação, encabeçada por Patrícia Amorim, no final de 2012. Grupo que colocou Eduardo Bandeira de Mello como candidato à presidência poucos dias antes do pleito. E venceu porque os eleitores não votavam numa pessoa, mas numa proposta.
Alguns anos depois, os rubro-negros não se esqueceram das velhas promessas de que em 2016 ou mais adiante o Flamengo seria forte. Hoje há condições para isso. Corretamente parte do dinheiro arrecadado nos últimos anos foi investido num equipado Centro de Treinamentos, o Ninho do Urubu. E existem condições financeiras para a formação de um elenco de melhor nível, esse que treina lá mesmo, no CT.
Mas em campo as decepções lembram períodos do clube fraco, quebrado. Nesta entrevista à Fox Sports, já em 2017, o presidente admitiu até o sonho de fazer do Flamengo “o melhor time do mundo”. Mais adiante, disse (abaixo) que o Flamengo tem a obrigação de jogar para ganhar tudo o que disputa.
A declaração dada após a conquista do Estadual, no começo de maio, apenas legitima a reação dos torcedores inconformados com a precoce eliminação da Copa Libertadores, somada à má fase na qual a equipe mergulhou após perder para o San Lorenzo. O que esperava o presidente, que a torcida só lhe desse “carinho”, como ele disse que recebeu em Florianópolis neste domingo de empate (1 a 1) com o Avaí? Carinho aparentemente retribuído, como as fotos abaixo mostram.
O presidente se acostumou a elogios, merecidos, a ele e aos que colaboraram na reestruturação do clube mais popular do Brasil. E agora não reage bem diante de criticas. As manifestações dos últimos dias são legítimas, embora alguns protagonizem ações condenáveis que remetem a ameças e violência. Não importa onde alguém manda fazer faixas de protestos, elas são de torcedores que desejam o melhor para o Flamengo.
Fotos: Antonio Carlos Mafalda/MafaldaPress
Dispensar Zé Ricardo não asseguraria o progresso instantâneo da equipe, principalmente pela inexsitência de ótimos nomes disponíveis no mercado brasileiro de treinadores de futebol. Dorival Júnior, recém-demitido do Santos, em tese é a melhor opção, mas tem uma ação na justiça do trabalho contra o Flamengo, ou seja, existe um primeiro obstáculo se pensarem em contratá-lo. Hoje, concordo com Bandeira quando mantém o técnico.
Mas é preciso capacidade para identificar o que não vai bem e atacar o que faz o time regredir. Como esperar isso de alguém que não admite erros? Um dirigente que sob pressão se refere, sem citar nomes, a “falsos rubro-negros”, jornalistas etc. O irrita o fato de a imprensa revelar o que acontece dentro do clube. Isso o faz apelar para frases como acreditem nos “verdadeiros dirigentes”. Repórteres não são cartolas, e a priori não desejam ser. Mas quando bons, incomodam porque conseguem apurar os bastidores.
E quem torce ama o clube, quer o melhor para ele, mesmo que para isso precise protestar, exceto os torcedores de dirigentes, esse personagem recente e atuante pelas redes sociais, seja fake ou de carne e osso. Pena que o presidente do Flamengo tenha imensa dificuldade em reconhecer seus equívocos, suas limitações. E atire em adversários imaginários, que na realidade são pessoas ansiosas por vê-lo cumprir sua promessa: fazer o futebol do Flamengo forte mais uma vez. Nem precisa ser o melhor do mundo. Fonte: Espn via Coluna do Flamengo
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