Fla foge do alto custo do Maracanã e tenta liberação da Ilha para jogo contra o Botafogo



Em meio à queda de braço do repasse do Maracanã da Odebrecht para Lagardère, o Flamengo levou sua torcida com tudo para o antigo estádio em três jogos da Libertadores e na estreia do Brasileiro. Foram mais de 200 mil pessoas e R$ 10 milhões de renda em quatro partidas no Maracanã. Mas, hoje, com edital ainda longe de sair - e toda a incógnita que cerca o futuro do estádio - o cenário é desanimador para usar o estádio com frequência. Não à toa, ainda sem a Ilha à disposição, o clássico do dia 4 de junho com o Botafogo, válido pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro, está previamente marcado para Volta Redonda.

A indicação do Raulino de Oliveira despertou a pergunta nos torcedores rubro-negros: sem a Ilha ainda (que ainda depende laudos e vistorias finais de Bombeiros e do Gepe) por que não o Maracanã? A explicação não é exatamente nova: grana, grana, grana, mas... também Ilha. Os dirigentes concluíram que para voltar ao Mário Filho a questão financeira será analisada com ainda mais carinho. Ainda mais diante de todo o investimento realizado no estádio da Portuguesa.

Explicando melhor. Um clássico de apelo menor, como deve ser do próximo domingo (apesar do horário de 11h que tem atraído bastante público em estádios), não é certeza de encher o Maracanã. Com 20 a 30 mil pessoas e aluguel que varia de R$ 500 a R$ 600 mil, o prejuízo é costumeiro. Na semifinal do Carioca, 17 mil pagaram para assistir a partida, com R$ 974 mil de renda e despesas de R$ 1,2 milhão. O prejuízo para o Rubro-Negro foi de R$ 150 mil.

Em Volta Redonda, um público de menos de sete mil pessoas no Flamengo 1 x 0 Vasco (gol de Diego, de pênalti, na semifinal da Taça Guanabara), gerou renda de apenas R$ 309 mil, despesas de R$ 318 mil, mas prejuízo bem menor, de R$ 12 mil.

Ilha de ansiedade
E, afinal, o que falta para jogar na Ilha? O Flamengo esperava para esta sexta visitas oficiais do Corpo de Bombeiros e do Gepe. Com otimismo, os dirigentes esperam os laudos de aprovação saírem até o dia 30 (terça-feira da semana que vem), data limite para receber a partida contra o Botafogo. Mas ao mesmo tempo que a expectativa é positiva há ceticismo em inaugurar a Ilha. Afinal, as vistorias vão passar pente fino em roletas, entradas, portões, acessos, grades, sala de monitoramento, câmera de seguranças...

Procurados, Bombeiros e Gepe não deram prazo para a liberação do estádio. O Gepe confirmou vistoria nesta sexta-feira. Mas os Bombeiros não. Em nota, das 18h desta quinta-feira, a Secretaria de Estado de Defesa Civil e Corpo de Bombeiros explicou que "o Corpo de Bombeiros já liberou o Laudo de Exigências (LE) (para o uso do estádio). Neste documento constam as pendências, de acordo com o projeto de segurança contra incêndio e pânico apresentado pelo clube. O clube, agora, tem que requerer o Certificado de Aprovação (CA). A partir desta solicitação, é realizada uma vistoria no local para averiguação do cumprimento das exigências que constam no LE. Não há data prevista para a vistoria mencionada acima. Esta é motivada pelo próprio clube ao dar entrada no requerimento do CA."

De acordo com informações obtidas pelo GloboEsporte.com, ao contrário do que o Corpo de Bombeiros informa, o Flamengo já tem o Certificado de Aprovação. O Laudo de Exigências, que o Fla já tem, mais o Certificado de Aprovação e, posteriormente, o Certificado de Registro forma o Laudo de Prevenção e Combate a Incêndio (LCPI) que é um dos documentos necessários para a liberação do estádio. Os outros são laudos de Vigilância Sanitária, Laudo de Segurança (emitido pelo Gepe) e laudo de Engenharia. Depois que conseguir tudo, precisa da vistoria da CBF, que confere o cumprimento de exigências como dimensões do campo e posição dos bancos de reserva.

Através da assessoria de imprensa, o Flamengo, a respeito da busca dos laudos, informou que "não vai fazer nenhum comentário neste momento em que está buscando as licenças". O clube ainda enfrenta outros problemas, como nos atrasos de entrega de material e alguns imprevistos. Há cerca de três semanas, o grande movimento de máquinas danificou o gramado que fica perto do banco de reservas, sem entretanto afetar o campo de jogo.

Como o período é curto, Volta Redonda está de sobreaviso. No mundo ideal - superado todos problemas de atraso e de liberação, com uso pleno do estádio, acanhado, mas confortável, e química em dia com a torcida e resultados, o Flamengo não pretende sair da Ilha do Governador tão cedo. Apenas em jogos de lucro certo no Maracanã.

Todo este cenário é analisado na Gávea. Dirigentes estimam público acima de 40 mil para valer a pena pagar e jogar no Maracanã. Até porque ninguém sabe quando o edital de licitação sairia, como ele sairia, com quais regras. É claro que a disputa do Brasileiro na ponta, com procura de ingressos muito acima dos 20 mil possíveis na Ilha, pode mudar a realidade. Mas muitos citam o exemplo do Atlético-MG, que se afastou do Mineirão pelo mesmo motivo - altos custos - e “casou” com o Independência, fazendo poucas partidas no maior estádio de Minas Gerais. Globoesporte.com | Colaborou Fred Gomes.





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