Sabe por que o nome do camisa 9 do Flamengo que aparece aí em cima é
Oswaldinato e não Gabigol? Porque os jogadores que atuam no Brasil nunca
receberam pagamento em troca da autorização pelo uso de suas imagens e
iniciaram uma guerra judicial contra as empresas que fazem os maiores
simuladores de futebol (Fifa, da EA Sports, e PES, da Konami). Mas novos
documentos recebidos pelo UOL mostram que a história não é tão simples assim.
Comprovantes de depósitos obtidos nas últimas semanas indicam que a Fifpro
(entidade internacional que une os sindicatos nacionais de atletas) repassou
pelo menos U$S 2,471 milhões para a Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas de
Futebol) pelo que entendia ser a cessão dos direitos de imagem dos jogadores
que atuam no Brasil para a utilização em Fifa e Pro Evolution Soccer (PES).
A Fenapaf, porém, não tem direito sobre a imagem dos atletas e não pode
negociá-lo. A legislação brasileira diz que só o atleta poderia licenciar seu
direito de imagem, a menos que fosse firmado um acordo coletivo com
sindicatos, o que não aconteceu. A Fenapaf diz que não cedeu esses direitos e
que a verba recebida vem de um mecanismo de solidariedade. Mas uma troca de
emails entre o então presidente da entidade e membros da Fifpro indicam que a
entidade brasileira já falou que podia autorizar a cessão.
As fontes ouvidas pela reportagem, ligadas à Fifpro e que participaram da
negociação com a EA Sports (que produz a franquia Fifa), dizem que os
pagamentos tinham como objetivo o licenciamento da imagem dos jogadores. Os
comprovantes bancários também foram registrados como pagamento de royalties.
Desde 2015, jogadores brasileiros processam as duas produtoras alegando uso
ilegal de suas imagens —todos dizem que nunca receberam repasses pela
participação nos games. Atletas como Paulo Baier, um dos maiores artilheiros
do Brasileirão dos pontos corridos, e Alan Ruschel e Neto, ex-Chapecoense, já
venceram na Justiça. É por causa dessas ações que as duas produtoras mudaram
seu modus operandi para o Brasil e desistiram de usar nomes e imagem dos
atletas brasileiros —atualmente, os atletas que atuam no Brasil aparecem com
nomes e avatares genéricos, como no caso de Oswaldinato, da foto acima, que
ocupa o lugar de Gabigol como centroavante do Flamengo no Fifa 21.
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Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/reportagens-especiais/documentos-indicam-que-federacao-do-brasil-recebeu-por-uso-de-imagens-de-jogadores-nos-games/index.htm
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