Por Luíz Gomes | Lance: Matéria publicada neste LANCE! na sexta-feira é esclarecedora. Apesar da crise
  econômica provocada pela pandemia em 2020 e da queda de receitas pela
  paralisação do Brasileirão e a ausência de público, os investimentos do
  Flamengo nas categorias de base continuaram em alta, pelo oitavo ano
  consecutivo. O salto de 618% nos recursos destinados à formação da garotada,
  desde 2013, é mais um elemento a explicar o patamar diferenciado a que chegou
  Rubro-Negro na realidade do futebol brasileiro.
  Ainda mais relevante torna-se essa informação quando se sabe que o Flamengo
  também continua a investir pesadamente na contratação de estrelas. No time
  titular que encantou o país no ano mágico de 2019 - e que se manteve como base
  no bi de 2020 -, nenhum dos 11 jogadores foi formado no Ninho do Urubu. Foi
  uma exceção à regra tão propagada de que “craque o Flamengo faz em casa”. E
  bem diferente da geração megacampeã de Zico, Adílio, Andrade, Mozer, Leandro,
  Junior e companhia em que quase todos eram pratas da casa.
  A aposta do Flamengo na base vai além da questão financeira. O investimento, é
  claro, tem um peso importante, é o que permitiu construir e manter uma
  estrutura de primeiro mundo com campos de treinamento, alojamentos, centro
  médico, de fisiologia e preparação física entre outros recursos. Mas ter
  critérios bem estabelecidos de seleção e, mais do que isso, de avaliação
  permanente do desenvolvimento desses novos talentos – com profissionalismo e
  sem paternalismo - é o que realmente tem dado resultados diferenciados na
  formação rubro-negra.
  O acerto dessa prática ficou claro neste início de temporada. Com os titulares
  em férias prolongadas, os garotos da base deram conta do recado, entregando o
  bastão, na semana passada, com o time na liderança do Carioca. Muito mais do
  que os pontos conquistados em quatro vitórias e um empate, o que chamou a
  atenção foi o jeito do time jogar.
  Sob o comando de Maurício Souza, técnico do sub-20, jogadores como
  Matheuzinho, João Gomes, Pepe, Natan, Hugo Souza, e Rodrigo Muniz atuaram com
  o mesmo esquema tático, o mesmo padrão de jogo do time principal de Rogério
  Ceni. O que se percebe, assim, é que o clube busca a consolidação de um DNA
  rubro-negro, um jeito próprio de jogar, do sub13 ao profissional, o que é
  comum na Europa, mas bem raro no Brasil. 
  O que muitas vezes se vê por aqui, nas categorias de base dos clubes, são
  times montados apenas para revelar jogadores e manter o emprego de
  treinadores, ainda que isso nada tenha a ver com o futebol praticado pelo time
  de cima. O que, não muito raro, acaba prejudicando o desempenho da garotada
  que, ao subir, fica perdida ao encontrar uma realidade completamente
  dissociada do que aprendeu em anos de formação.
  O investimento na base, portanto, é sempre um dinheiro bem empregado. Rende
  dividendos – o Flamengo faturou só no ano passado R$ 170,5 milhões com a venda
  de jogadores formados no clube - e rende títulos, resultados em campo como no
  caso do Palmeiras campeão da Copa do Brasil e da Libertadores a partir de uma
  mudança de postura que inclui a valorização dos garotos da Academia.
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Fonte: https://www.lance.com.br/flamengo/luiz-gomes-como-fez-base-segredo-seu-sucesso.html
Imagem: Lance
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