O Flamengo suou, mas garantiu uma vitória importante por 2 a 0 contra o
Bolívar nesta quinta-feira, no Maracanã, pelo jogo de ida das oitavas de final
da Conmebol Libertadores. O resultado é motivo de comemoração para o
Rubro-Negro, que conseguiu uma vantagem antes de encarar a temida altitude de
3.640 metros em La Paz, na próxima semana. No entanto, a vitória veio
acompanhada de preocupações, especialmente com as lesões de Pedro e Gabigol.
Em coletiva após a partida, o técnico Tite destacou a importância do
resultado, mas foi direto ao afirmar que o placar não refletiu completamente o
desempenho e o volume de jogo do Flamengo.
"O resultado e o placar não condizem com o desempenho e o número de
oportunidades e o volume que tivemos,"
afirmou Tite, apontando para a dificuldade que o time encontrou em transformar
suas chances em um placar mais elástico.
Tite também analisou as mudanças na dinâmica do jogo entre os dois tempos,
explicando como o posicionamento do adversário influenciou na forma como o
Flamengo construiu suas jogadas.
"(A diferença de atuação do primeiro para o segundo tempo foram por causa
das) Fases do jogo em que o adversário se posiciona. No primeiro tempo, eles
nos deram espaço para explorar as costas da defesa. Já no segundo, o Bolívar
recuou, nos obrigando a trabalhar mais pelas laterais e a buscar
finalizações de média distância ou cruzamentos para finalizar,"
completou o treinador.
Além do jogo em si, as lesões de Pedro e Gabigol se tornaram um grande ponto
de preocupação para Tite. Ambos os atacantes deixaram o campo sentindo dores
na coxa e passarão por reavaliações, com a possibilidade de não estarem
disponíveis para o jogo de volta, o que pode complicar ainda mais a missão do
Flamengo em La Paz.
Tite aproveitou para criticar o calendário do futebol brasileiro, que, segundo
ele, é um dos responsáveis pelo alto número de lesões.
"Vai em cima do trabalho do Flamengo, como instituição, como grandeza. Eu
gostaria de ficar um tempo grande no Flamengo, mas eu sei que a cada dia que
passa é um dia a menos que vou ficar aqui. Mas a grandeza do Flamengo, dos
seus atletas, eu queria estar errado para falar de calendário. Mas olhem o
que está acontecendo,"
desabafou Tite, enfatizando que os técnicos e jogadores precisam continuar
pressionando por mudanças para evitar que o calendário extenuante prejudique
ainda mais os atletas.
Com a vitória no Maracanã, o Flamengo leva uma vantagem significativa para o
jogo de volta, mas as lesões e a altitude boliviana são desafios que Tite e
sua equipe terão que superar para avançar na Libertadores.
Confira outras respostas de Tite:
Escolha por Gabigol: "Nós temos um jogador que tem a grandeza do Gabi
e uma coordenação com o Arrascaeta. É injusto dizer que poderia (ter
entrado) esse, aquele. Com todo respeito. No todo, a sua parcela de
contribuição foi um grande jogo"
Expectativa por goleada: "A mentalidade dos atletas foi fundamental
hoje, o futebol se joga, antes de tudo, com a cabeça. O torcedor quer chegar
e acelerar tudo, mas ter a naturalidade de ter calma e rodar a bola, de
chegar na frente. Nós continuamos a marcar pressão com um jogador a menos,
vocês repararam? Essa aplicação que a equipe teve foi excepcional. Sabemos
que desempenho acaba determinando. Hoje jogou tanto ou mais do que o 4 a 0.
Depois temos o Botafogo, temos uma força no grupo. Agora é termos o grupo
todo para projetarmos domingo"
Sobre reforços: "É tudo de bom para dar clique a minha resposta. Sabe
por quê? Porque existem autonomias dentro do clube, que é muito bem
organizado com relação a isso. Assunto diretivo. O técnico tem que trabalhar
e fortalecer o seu grupo. Isso é o que nós fizemos"
Virar a chave: "Dividindo a resposta, tem que equilibrar estas duas
situações (Brasileiro e Libertadores). Ela é desafiadora. Mas a gente não
vira a chave em lugar nenhum, continua com a chave. Porque desempenho é
emprestado de um jogo para outro, de um treino para outro"
Poupar contra o Botafogo? "Eu não preservo e nem poupo ninguém. Quem
tem autonomia para tirar e barrar jogador é o departamento médico, porque a
saúde do jogador está em primeiro lugar. Eu não vou fazer isso, eu sou um
ex-atleta que teve que parar de jogar com 27 anos porque estourou os dois
joelhos. Não jogava muito, mas toda a possibilidade de jogar que eu tive se
foi, e tinha que sustentar minha família. Por isso da minha veemência"
Gerson sentiu? "Gerson foi câimbra, o Erick (Pulgar) sentiu o adutor,
o Nico (De la Cruz) estava com cãibra, o Varela estava com cãibra nas duas
panturrilhas"
Imagem: Divulgação
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