O clássico carioca entre Flamengo e Fluminense pela 15ª rodada do Brasileirão
terminou em empate sem gols no Maracanã, neste domingo. Porém, o jogo ficou
marcado pelas emoções e reviravoltas proporcionadas pelo VAR, que anulou dois
gols, um para cada equipe, por faltas no início das jogadas. Após a partida, o
técnico do Flamengo, Jorge Sampaoli, concedeu uma entrevista coletiva e
comentou sobre o desempenho da sua equipe e a surpresa com a mudança tática
promovida pelo Fluminense durante o confronto.
Sampaoli destacou a capacidade do Flamengo em pressionar durante o primeiro
tempo, com muita energia e determinação para buscar a vitória. O treinador
também mencionou o desgaste físico do time, que vinha de partidas em campos
sintéticos e uma classificação na Copa do Brasil contra o Athletico-PR. Para
ele, é essencial trabalhar na construção de uma ideia de jogo que permita ao
time descansar com a bola e dominar as partidas, evitando a exaustão que se
mostrou evidente no segundo tempo.
- Basicamente na cultura de jogo em ter a possibilidade de aguentar por
90 minutos como o time fez no primeiro tempo, com muita energia e decisão,
para tentar ganhar o jogo. Também é um tempo de recuperação. A equipe vem
de jogos em campos sintéticos, uma classificação contra o Athletico-PR.
Jogamos contra um time bom e descansado. O futebol tem muita coisa, então,
seguiremos tentando construir uma ideia de jogo que nos permita descansar
com a bola e dominar a partida para que o jogo não tenha que se correr
tanto, porque senão o time vai sofrer como sofreu no segundo tempo
- analisou Sampaoli, que completou:
O técnico elogiou a atuação do Flamengo na etapa inicial, quando a equipe
pressionou o Fluminense e empurrou o adversário para o seu próprio campo. No
entanto, Sampaoli reconheceu que a dinâmica do jogo mudou após o intervalo,
quando o Fluminense promoveu uma mudança tática que surpreendeu o time
rubro-negro. O treinador adversário, Fernando Diniz, substituiu Martinelli por
Lelê, e essa alteração tática explorou a inversão de lados, o que complicou a
pressão exercida pelo Flamengo.
- Penso que fizemos um primeiro tempo de muita exigência física, que
empurramos o Fluminense contra o gol deles. No segundo tempo, sentimos um
pouco esse ritmo de pressão. Os ajustes de pressão eram diferentes. Eles
conseguiram sair da nossa pressão.
Segundo Sampaoli, o Fluminense costuma utilizar o mesmo lado do campo de forma
vertical, mas dessa vez, eles inverteram as jogadas, eliminando o lado do
campo e conseguindo superar a pressão do Flamengo no segundo tempo. Isso levou
o time rubro-negro a realizar ajustes táticos para corrigir a exposição
defensiva e tentar retomar o controle da partida.
- Penso que quando Diniz trocou usando mais os lados (quando o jogo
mudou), o Fluminense costuma a usar o mesmo lado, de maneira vertical.
Poucas vezes eles trocam de lados. Com isso, a gente não pressionava e
eles invertiam o lado no segundo tempo. Eliminavam o lado do campo. Isso
nos surpreendeu, ajustamos, mas complicou um pouco. Quando eles trocaram o
Lelê, para colocar nas pontas, ele incomodou a gente. Tivemos que mudar a
estrutura porque estávamos muito expostos. Tivemos que corrigir, são
decisões, porque o time estava complicado.
O empate foi um resultado frustrante para ambas as equipes, que buscavam a
vitória para subir na tabela do Brasileirão. Porém, a atuação de ambas as
equipes mostrou a intensidade e competitividade do clássico carioca, que mais
uma vez proporcionou momentos emocionantes e lances polêmicos. Resta aguardar
as próximas rodadas para ver como Flamengo e Fluminense se recuperarão e
seguirão na disputa pelo título do campeonato nacional.
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Alternativas de jogos
- Hoje buscamos muitas alternativas. Mudamos no momento em que o Fluminense
era melhor que nós (...) Quando eles trocam Lelê e ficam com dois pontas,
tenho o Wesley muito em cima e era um incômodo para nós. Então decidi recuar
o Wesley e colocar um atacante pela direita como é o Luiz Araújo,
modificando a estrutura porque estávamos muito expostos. São decisões que
tomamos para corrigir quando o time está em dificuldades.
Parte física e parte técnica na partida
- Penso que, quando o rival encontrou e o Diniz trocou, começaram a jogar
pelo lado. Normalmente eles usam muito o eixo vertical. Fluminense muita
poucas vezes troca de lado. Como estratégia, começaram a jogar de lado a
lado e isso, como não pressionávamos a tempo, modifica e nos fazia correr e
eliminava o lado do campo. Isso foi uma coisa que nos surpreendeu um pouco.
Nos ajustamos, mas obviamente nos complicou. Essa situação foi surpreendente
taticamente. Tentamos corrigir, mas o cansaço também começou a acontecer na
metade do campo Gerson, Arrascaeta e Everton Ribeiro. Isso fez com que
perdêssemos a tática do jogo e começamos a “suportar o jogo”.
Sequência de jogos decisivos
- Creio que a sequência de jogos que o time tem vai elevando a
competitividade. O time vai tomando decisões, jogo contra Palmeiras,
eliminamos o Fluminense e o Athletico-PR na Copa do Brasil... viemos com
muito desgaste psicológico, inclusive anímico. Jogar um clássico depois
disso gerando toda energia que o tive teve no primeiro tempo, sentiu no
segundo. Valorizo também o rival, que mudou a estratégia e nos complicou
também. Mérito do Fluminense que jugou muito e joga bem. Fomos superados por
eles. Não porque baixamos ou subimos. A realidade para mim é essa.
Arbitragem
- Em respeito a arbitragem, eu não falo nunca. Eu gostava de estar aqui na
conferência depois do Athletico-PR, mas foi ordem da diretoria. Considero,
sempre, considero que não gosto de falar da arbitragem nunca. Na rodada
final, sempre acaba sendo equitativo. Como falei na ronda de imprensa do
Palmeiras. Erros são humanos, VAR, muita coisa. Minha postura é não falar,
não criticar. Eu não posso resolver isso. Não está nas minhas mãos. Nas
minhas mãos está o time.
Sobre o meio campo do time e reforços
- Penso que não temos algum volante como Gerson, que tem muita boa aparição,
que todo tempo provoca essa condição. Pela direita, não, porque o Everton
Ribeiro é um jogador de jogo, mas a aparição de Wesley e, quando joga Ayrton
Lucas, tem o avanço. Hoje jogou o Filipe Luís como lateral interno e Cebola
apareceu como extremo, jogando alto e ganhando amplitude. São decisões que o
time vai tomando.
- Quando se está no Flamengo é esperado que chegue jogadores que elevam o nível dos que estão. A necessidade é de repor a saída de Vidal. É uma necessidade que o time tem e estamos buscamos alternativas, nessa posição de volante misto. O mercado sempre se vá, seguramente, se ver em entradas e saídas. Temos que estar atentos e não podemos ser surpreendidos. Um time para lutar coisas importantes em um ano difícil, de transição, tem que ter a possibilidade de ter um jogador que resolva, por si só, determinadas coisas no campo.
Expectativa para confronto contra o Grêmio, pela Copa do Brasil
- É uma satisfação. É um feito muito grande eliminar um time difícil como o Athletico-PR. Temos uma semifinal duríssima contra o Grêmio. Estamos nos preparando para isso focar muito em saber que essas partidas de eliminações são finais. Hoje o time competiu como se fosse uma final. Em alguns momentos melhores e, em outros, piores. O Flamengo precisa aprender a sofrer em algum momento, tem que aprender a golpear no momento de domínio. O caminho que o time vai construindo para sair da etapa inicial de ano muito confusa, o time está crescendo para mim.
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