Em dois meses, Flamengo de Sampaoli já supera o de Vítor Pereira em criação, gols e posse de bola


Durante uma entrevista concedida à FLA TV, Jorge Sampaoli expressou sua frustração, afirmando: "Quando vejo que o time não consegue dominar, eu fico louco". Completando dois meses à frente do Flamengo neste sábado, o treinador chegou ao clube determinado a instilar em seus jogadores a ideia de que é essencial proporcionar um jogo atraente para os torcedores. Ele é absolutamente contrário à mentalidade de "ganhar por ganhar" e é um verdadeiro apaixonado pela essência do futebol.


Essa filosofia de jogo tem se refletido nos números. Uma análise realizada por Victor Nicolau, do canal "Falso Nove" e repercuti em matéria de Fred Gomes do GE, revelou um aumento significativo na posse de bola, na troca de passes e no índice de acerto no último passe desde a chegada do treinador argentino. Para essa avaliação, foram excluídos os confrontos contra adversários considerados significativamente mais fracos. Portanto, foram desconsideradas a goleada por 8 a 2 contra o Maringá, com Sampaoli no comando, e algumas partidas contra times de menor expressão no Campeonato Carioca, nessas ocasiões sob o comando de Vítor Pereira.


- Não quero que o time devolva a bola ao rival ou que perca a posse no jogo. A bola é minha. A bola é um elemento que amei na minha infância e que amarei em toda a minha vida. Não quero que outra a tenha, eu quero tê-la. Quero ter a bola sempre.

- Basicamente o amor pela bola em minha infância foi fundamental. Eu queria sempre uma bola na minha casa, no meu quarto ou em qualquer espaço que eu pudesse jogar. Muito amor por esse brinquedo que esperava em cada aniversário e a cada Natal - disse Sampaoli à FLA TV.


Existem dados estatísticos significativos em relação ao desempenho do Flamengo sob o comando de Sampaoli. A média de posse de bola aumentou de 51,72% com Vítor Pereira para 58,57% com o novo treinador. Além disso, a média de passes por jogo subiu de 438,07 para 525,07. Outra mudança relevante é observada nos gols esperados (XG), que passaram de 1,53 para 1,83 por partida. Esses números são um claro indicativo de que a equipe está criando mais oportunidades. As estatísticas foram obtidas por Victor Nicolau, utilizando a ferramenta Wyscout, que é utilizada pelos clubes.

Com a chegada de Sampaoli, o estilo de finalização do time mudou, pois agora prioriza uma construção mais elaborada das jogadas. Isso resultou em uma redução no número de cruzamentos e contra-ataques, já que a equipe valoriza a posse de bola e uma abordagem de jogo mais ofensiva.


O site Footstats também confirma os dados levantados pelo canal "Falso Nove" e destaca que o Flamengo é o terceiro time com menos cruzamentos no Campeonato Brasileiro, com apenas 202 em 10 jogos. Isso demonstra que Sampaoli tem conseguido implementar seu sistema de jogo, que combate o estilo de lançamentos aéreos na área, e esse número continua diminuindo a cada rodada.

Além disso, outros fatores importantes são o aumento no número de gols marcados pelo Flamengo e a redução na média de gols sofridos com a chegada de Sampaoli como treinador.


Veja comparação na ilustração abaixo:

O canal "Falso Nove" comparou Sampaoli e Vítor Pereira em jogos contra rivais de Série A e de Libertadores — Foto: Reprodução

Considerando os números totais, incluindo os jogos contra adversários mais fracos, Sampaoli tem um desempenho superior ao de Vítor Pereira. Em 16 jogos sob o comando do treinador argentino, o Flamengo marcou 34 gols e sofreu 16. Já com o treinador português, foram 36 gols marcados e 24 sofridos em 18 partidas.

Com dois meses completos à frente do Flamengo e uma semana e meia de intervalo sem partidas, Sampaoli continua empenhado em fazer com que a equipe apresente um futebol mais atraente. Os últimos quatro confrontos indicaram que um progresso está sendo alcançado, com aproveitamento de 100% e 11 gols marcados. Vale ressaltar que esse período inclui clássicos contra o Fluminense (vitória por 2 a 0) e o Vasco (vitória por 4 a 1), uma partida da Libertadores (vitória por 2 a 1 sobre o Racing) e um duelo contra o Grêmio de Suárez (vitória por 3 a 0).


- Todos (têm que saber jogar, inclusive os goleiros). O trabalho é esse: ganhar muitos jogos jogando futebol. Pelo menos que esse amor pela bola se mantenha enquanto eu estiver vivo no futebol. Tenho que convencer o torcedor do Flamengo reclame quando o time não joga bem. E se ganha jogando mal também.

- É uma conexão. Ganhar por ganhar não é ideia. No futebol, muitas vezes há quem ganha porque um jogador faz 40 ou 50 gols. Treinador pode ser muito bom, mas ele não ganha jogo. Quem ganha jogo é jogador. Minha tarefa é que o jogador jogue melhor.

Imagem: Divulgação

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