O jornalista Rodrigo Mattos do Uol, analisou a vitória do Botafogo sobre o
Flamengo. Segundo o jornalista, é tentador analisar o triunfo do Botafogo
sobre o Flamengo a partir do placar, isto é, buscando explicar porque o
vencedor foi superior. Luís Castro acertou o esquema de contra-ataque,
Sampaoli errou escolhas, o goleiro Lucas Perri foi bem, a defesa rubro-negra,
mal. São verdades. Mas explicar o resultado por aí é ignorar o principal
motivo do resultado: a ineficiência do time da Gávea de fazer gol.
Ao final do jogo, o Flamengo deu 24 conclusões, 13 delas no gol. Mais do que
isso, houve pelo menos três bolas em que Pedro e Gabigol estiveram na frente
de Perri e perderam as oportunidades. Enquanto isso, o Botafogo teve 12
arremates, sendo seis no gol. Três entraram.
A escalação inicial de Sampaoli, com Ayrton Lucas no lugar que seria do
contundido Gerson, tornou de fato o Flamengo em menos incisivo na criação de
jogadas no primeiro tempo. O esquema com três zagueiros e Santos avançado até
funcionava bem para botar o time à frente, mas as triangulações só saíam pela
direita. Lucas, assim como Cebolinha, é um condutor de bola.
Do lado botafoguense, o time marcava a partir do meio-campo, mas tinha uma
linha de defesa alta. O objetivo era encurtar os espaços para o Flamengo,
roubar rápido e contra-atacar. Ameaçou pouco no primeiro tempo, mas foi eficaz
quando isto ocorreu.
O placar foi aberto em um pênalti mal marcado por Edina Batista em contato de
Wesley com Victor Sá. Há bastante gente que entende que foi penalidade,
portanto, vale a interpretação da juíza e não cabia VAR.
O segundo gol tem Danilo livre para completar de cabeça no ar. O Flamengo
cometia os erros defensivos típicos dos trabalhos de Sampaoli. A questão é que
são falhas no Brasileiro, não em Estaduais.
Para o segundo tempo, o técnico argentino volta com Everton - que tinha um
problema físico - no lugar de Ayrton. Em três minutos, o meia botou Gabigol
duas vezes na cara do gol.
Há algo de estranho no comportamento técnico do atacante ídolo rubro-negro.
Todas as conclusões ele está com a postura errada, com o gesto equivocado,
meio torto, não erra por acaso.
A expulsão de Rafael Flamengo era bem superior, pressionava o Botafogo pelos
dois lados e o gol parecia iminente. Saiu com Léo Pereira ao completar
cruzamento de Fabrício Bruno. O jogou virara de ritmo, e o Flamengo era todo
pressão.
Mas a ineficiência voltou a ser decisiva. De um lado, Tiquinho meteu para
dentro depois de Tchê Tchê driblar uma multidão de defensores rubro-negros. Do
outro, Everton viu Pedro e Gabigol frustrarem outros de seus passes com
conclusões equivocadas. Léo Pereira descontou.
Não faltaram outros erros de Sampaoli como trocar Cebolinha, bem no jogo, por
um Bruno Henrique sem ritmo. Ou insistir com um Marinho cada vez mais
inexplicável no elenco rubro-negro.
Edina ainda cometeu uma atrocidade ao deixar de expulsar Thiago Maia em
entrada violentíssima no final do jogo. Mas era uma tarde alvinegra para
cravar a liderança no Brasileiro. Resta ao Flamengo sentar no divã para
entender porque perde tantos gols.
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