Uol: O público pequeno na final da
Copa Sul-Americana em Córdoba (Argentina) no dia 1º de outubro, na vitória de
2 a 0 do Independiente Del Valle (EQU) sobre o São Paulo , e a projeção de
estádio vazio também na decisão da Libertadores no dia 29 de outubro, entre
Flamengo e Athletico em Guayaquil (Equador), fizeram com que a direção da
Conmebol informasse seu Conselho que estuda planos para alterar o protocolo de
escolha das cidades-sede de suas finais.
É descartado mudar o formato que estreou em 2019, de jogo único , mas
avalia-se como diminuir o risco de estádios vazios. Um dos planos que será
estudado é o de haver uma sede alternativa àquela escolhida para receber a
final. Um plano B oficial, que seria anunciado junto com o plano A e que seria
usado principalmente em duas situações:
1) Problemas na sede A, como de infraestrutura na reforma do estádio ou de
segurança. Em 2019, a Conmebol precisou tirar a final da Libertadores de
Santiago, no Chile, por causa de protestos da população que afetavam a
segurança. Este ano, o estádio Isidro Romero Carbo, em Guayaquil, teve atraso
em obras e a violência na cidade equatoriana explodiu nos últimos meses,
causando apreensão da cúpula da confederação sul-americana.
Foi preciso o presidente do país, Guillermo Lasso, assinar um documento
garantindo investimento em segurança e a liberação de US$ 2 milhões da
prefeitura de Guayaquil para ajudar a Conmebol na reforma do estádio para que
a cidade fosse confirmada — provavelmente se existisse um plano B oficial a
sede teria sido alterada. Os defensores dessa ideia acham que ter uma opção
anunciada pode fazer com que a sede principal se esforce para resolver
problemas mais rapidamente.
2) Essa segunda possibilidade de troca de sede é mais polêmica: o plano B
seria usado depois da definição dos times finalistas se isso facilitasse o
deslocamento dos torcedores desses clubes até a cidade-sede. A final em
Guayaquil este ano, por exemplo, tem uma logística complicada aos torcedores
brasileiros, pela inexistência de voos diretos, por isso a estimativa de no
máximo 20 mil pessoas no estádio — são 49,9 mil ingressos disponíveis.
Nessa ideia, se der uma final brasileira e o plano B apresentar uma logística
que facilite o acesso das delegações e torcidas, como uma cidade com voo
direto, a mudança seria feita. Nesse caso a sede do plano A poderia ser
ressarcida financeiramente ou com evento futuro.
Internamente a cúpula da Conmebol admite que a América do Sul tem problemas
estruturais que tornam as finais únicas um desafio de logística, mas lembram
que a depender do local e dos finalistas há garantia de bom público.
As finais de 2019, da Libertadores entre Flamengo e River Plate, em Lima
(Peru), e da Sul-Americana entre Del Valle e Colón tiveram arenas cheias — os
argentinos colocaram mais de 35 mil pessoas no estádio Nueva Olla, em Assunção
(Paraguai).
A edição da Libertadores em 2021, entre Flamengo e Palmeiras em Montevidéu,
também encheu o Centenário. Na avaliação da Conmebol, a mistura de dois clubes
de massa com a possibilidade até de deslocamento rodoviário, do Rio ou de São
Paulo até a capital uruguaia, explica o bom público na decisão do ano passado.
Por isso um plano B com essas características levaria a melhor sobre um plano
A de logística mais complicada.
A Conmebol deve decidir nas próximas semanas as sedes das finais da
Libertadores e da Sul-Americana em 2023. A Colômbia, com Medellín ou
Barranquilla , aparecia como favorita a receber a decisão do principal
torneio, e o estádio Mané Garrincha, em Brasília, a da Sul-Americana — a
capital federal seria a anfitriã da decisão dessa competição em 2022, mas teve
que abrir mão por causa do 1º turno da eleição, que ocorreu um dia depois da
finalíssima.
A ver se haverá a inclusão de plano B, principalmente caso a Libertadores
tenha a final na Colômbia confirmada.
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