Com méritos, Flamengo e Athletico são finalistas da Libertadores. Eles
eliminaram Vélez Sarsfield e Palmeiras, respectivamente, e estão na decisão
está marcada para o próximo dia 29 de outubro, em Guayaquil, no Equador. Quem
é o favorito? Quem deve ficar com o título? É natural que análises e palpites
sejam feitos baseado no momento atual das equipes. Nesta Libertadores, porém,
o cenário é perigoso e careca de cuidado devido a distância até ao jogo
decisivo.
A grande questão é que o bom momento vivido por Flamengo e Arthletico neste
momento da temporada pouco terá influência para a decisão da Libertadores. O
desafio de cariocas e parananenses, na verdade, será de manter o ritmo e a boa
fase das equipes pelos próximos 52 dias. Marcada para 29 de outubro, a decisão
da Libertadores tem quase dois meses de distância para a semifinal.
O Flamengo mesmo já viveu na pele o risco de uma final ser tão distante. Em
2021, se classificou para a decisão dando um baile no Barcelona de Guayaquil e
era considerado amplo favorito diante do Palmeiras, que capengava e avançou na
bacia das almas contra o Atlético-MG. Na decisão, o jogo virou e o alviverde
chegou em melhor momento. Naquela Libertadores, a distância foi de 40 dias,
menor que os 52 atuais.
O Flamengo terá dois cenários pela frente. Neste período, irá se munir de
jogos decisivos que ajudarão a manter o ritmo de jogo da equipe. Está com um
pé na final da Copa do Brasil — o jogo de volta contra o São Paulo é na
próxima quarta-feira, após ter vencido a ida por 3 a 1, no Morumbi — e fará os
dois jogos da decisão antes da final da Libertadores.
Um título eleva um ânimo, um vice-campeonato pode criar uma crise. Além disso,
tem a caça ao líder Palmeiras no Brasileiro para motivar a equipe e ajudar a
não colocar o pé no freio. Resta saber se Dorival Júnior seguirá poupando os
titulares no torneio de pontos corridos.
Manter o ritmo será um desafio maior para o Athletico, que tem apenas o
Brasileiro para se motivar. No clube, o entendimento é que se deve garantir
uma vaga no G-4. Felipão poderá usar esses jogos para preparar a equipe para
enfrentar o Flamengo sem perder o foco no Brasileiro. Ter menos material
humano que o adversário carioca também é uma questão a ser observada.
Além, é claro, que Flamengo e Athletico não podem controlar fatores externos.
Lesões são sempre possibilidades na reta final da temporada, convocações para
a Data-Fifa de setembro podem aumentar o desgaste dos atletas, vendas para o
exterior não estão descartadas (alguns mercados europeus ainda estão abertos)
e há jogadores que naturalmente sobem ou descem de produção.
O Flamengo volta a uma decisão após ser campeão em 1981 e 2019. Em 2021, o
rubro-negro acabou sendo vice para o Palmeiras. A final única entre os clubes
brasileiros será a sexta decisão na história a ser realizada entre equipes do
mesmo país.
Já o Athletico chega à final pela segunda vez em sua história. Em 2005, acabou
sendo vice-campeão ao ser superado pelo São Paulo. Assim, 17 anos depois,
tenta o primeiro título da competição.
Imagem: Divulgação
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