Uol:
O fim de semana foi agitado no Vélez Sarsfield. No sábado, o clube foi
informado pela Conmebol que a Plateia Sul Alta do Estádio José Amalfitani
estará fechada para o confronto contra o Flamengo pela semifinal da
Libertadores.
O primeiro jogo da série vai ocorrer em Buenos Aires no dia 31, quarta-feira
da semana que vem, com a volta sendo disputada no Maracanã em 7 de
setembro.
No domingo, segundo o que apurou a coluna, os dirigentes do Vélez começaram a
armar a defesa para solicitar à Conmebol que o fechamento seja apenas de onde
ocorreu a briga contra o Talleres, e não na plateia completa.
Além do fechamento, o Vélez foi multado em US$ 95 mil pelo episódio (R$ 491
mil). O técnico Alexander "Cacique" Medina também recebeu uma multa: de US$ 50
mil (R$ 258 mil) pela expulsão por protestar na mesma partida.
O Estádio José Amalfitani, onde o Vélez joga desde 1943, tem capacidade
oficial para 49.540 pessoas. A Plateia Sul Alta comporta 6.072 pessoas, e o
pedido do clube agora é que esta limitação imposta pela Conmebol seja de cerca
de 2.000 lugares.
Embora a versão oficial do clube seja respeitar a medida da Conmebol e o
fechamento do local, quem está familiarizado com o futebol argentino sabe que
os estádios do país recebem públicos acima da capacidade oficial.
Um exemplo veio ontem de outra zona de Buenos Aires: a sul, onde fica o
Monumental de Núñez, estádio do River, no bairro de Belgrano. Liniers, casa do
Vélez, está localizado na zona oeste. Em um estádio abarrotado, com cerca de
80.000 pessoas (a capacidade oficial é de 72.027 torcedores), o River fez 3 a
0 no Central Córdoba.
Como a praxe no país é superlotar os estádios, faz sentido imaginar que, com o
fechamento parcial, o José Amalfitani estaria lotado com as pessoas que
ficariam na tribuna fechada sendo distribuidas em outros setores.
Massacre covarde
A coluna publicou no último dia 8 que o "massacre de Liniers" (bairro portenho
onde fica o estádio) merecia a interdição total do José Amalfitani. Tanto foi
assim que o Vélez jogou com portões fechados pelo Campeonato Argentino contra
o Gimnasia y Esgrima.
Foi o maior episódio de violência do futebol argentino na Libertadores desde o
ataque dos torcedores do River Plate ao ônibus dos jogadores do Boca Juniors
na final da edição de 2018, que precisou ser mandada para Madri.
A coluna insiste desde março que o ambiente do futebol argentino é altamente
bélico até para um país tristemente acostumado às selvagerias.
O Vélez vencia o Talleres por 1 a 0 quando começou o espancamento, ainda no
intervalo.
Em setor específico (a Plateia Sul Alta) do estádio lotado, cerca de 350
convidados de jogadores e dirigentes do Talleres foram cercados e linchados
por "barra bravas" do Vélez.
O que aconteceu foi gravíssimo. E a partida seguiu normalmente, mesmo com o
banco de reservas do Talleres absorto e preocupado com o que acontecia.
Como num filme grotesco, o Vélez ampliou o placar para 2 a 0. E o Talleres,
assustado com o espancamento, buscou o 2 a 2 e perdeu no último minuto. A
vitória final do Vélez por 3 a 2 coroou o melhor jogo da Argentina no ano, mas
carece de sentido falar de futebol depois de tamanha barbárie.
Havia cerca de 2.500 torcedores do Talleres no José Amaltifani. O clima antes,
durante e depois da partida foi amistoso entre os "torcedores comuns" de ambos
os lados. Incluindo as "barras oficiais".
O grande problema foi com uma "barra dissidente" do Vélez, violentos que
buscam o poder na base da pancada.
Com a conivência dos seguranças, que simplesmente cruzaram os braços, eles
invadiram o setor onde estavam os convidados do Talleres e iniciaram a
emboscada. "Foi um massacre. Tudo armado", resumiu Andrés Fassi, presidente do
Talleres.
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