Por Leo Burlá | Uol:
Classificado para mais uma final de Carioca, o Flamengo planta fora das quatro
linhas os frutos que pretende colher em campo. Enquanto Paulo Sousa ainda
busca o encaixe ideal para seu time, o clube faz uma nova sinalização de que
abraçou o método de trabalho do português.
Desde que chegou, Sousa e sua comissão técnica reestabeleceram um contato que
andava perdido no Ninho do Urubu. Os profissionais se aproximaram dos membros
do Departamento de Saúde e Alto Rendimento (Desar) e retomaram processos que
tinham sido abandonados desde a saída de Jorge Jesus. Os questionários diários
de saúde voltaram a ser rotina.
Diariamente, os jogadores respondem perguntas aparentemente corriqueiras sobre
como foi a noite de sono de cada um deles e como reagiram ao treino, por
exemplo. Com base nesses dados, informação, o Desar, que é gerenciado por
Márcio Tannure, realiza cruzamento com os dados fornecidos pelo WIMU, um GPS
de última geração que ajuda a entender como o atleta reagiu ao treino.
O clube também recuperou o trabalho preventivo e a individualização dos
treinos. Após um raio x completo de cada jogador do grupo, as atividades
físicas passaram a ser personalizadas, e o Fla vê nisso uma arma importante
para a prevenção de lesões. Após as atividades, as informações colhidas no dia
são debatidos no departamento e Sousa recebe um relatório detalhado.
As reuniões diárias foram mantidas, mas o Fla tenta trocar tempo por
objetividade. A avaliação neste ano é de que se perdia muoto tempo com
debates, mas que as análises nem sempre chegavam ao treinador e muito
raramente eram aplicadas em treinos. O resultado dessa falta de sintonia foram
lesões em série e pouca conexão entre as áreas. Com Sousa, só os coordenadores
das respectivas áreas participam dos encontros, e o clube vê os problemas
musculares despencarem no Rubro-Negro.
Hoje, o Flamengo tem três jogadores afastados dos gramados, mas nenhum devido
a contusão ou lesão muscular. O zagueiro Pablo sofreu uma lesão no joelho após
levar uma pancada em treino. O zagueiro Rodrigo Caio segue em recuperação de
cirurgia no joelho realizada ano passado. Já o atacante Bruno Henrique sofreu
luxação no ombro no primeiro jogo contra o Vasco e está em recuperação.
Com fé de que o investimento na ciência é um caminho fundamental para o
protagonismo, a direção autorizou e o clube concluiu a compra do "io-iô
training", um equipamento 2 em 1 que ajuda na simulação de movimentos que os
jogadores fazem em campo e é a nova menina dos olhos das áreas técnicas e
científica.
O "io-iô" é um aparelho que pode dar ênfase nos movimentos de aceleração,
desaceleração, retomada da velocidade e mudança de direção. As múltiplas
funções permitem o trabalho de resistência, velocidade e extensão muscular. A
tecnologia não é tão comum no futebol, mas é muito utilizada nos esportes
olímpicos.
Diante das possibilidades no Ninho, o Flamengo projeta investimento maior em
um software já utilizado no Ninho. A ferramenta que ajuda nas avaliações dos
questionários diários será ampliada e não ficará mais restrita às informações
vindas da fisiologia. Em breve, todo o departamento médico será contemplado.
Após vencer o Vasco por 1 a 0, resultado que credenciou o Rubro-Negro a seguir
na lua pelo tetracampeonato, os jogadores terão mais um dia de folga hoje
(22). A volta aos trabalhos está programada para 15h de amanhã (23).
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Imagem: Marcelo Cortes