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Perto de completar dez anos da revolução financeira que mudou o clube de
patamar, o Flamengo vive momento delicado na temporada. Enquanto Paulo Sousa
pede reforços, a diretoria aperta o cinto por conta de uma dívida antiga, mas
tenta criar soluções para atender os pedidos do treinador.
A dificuldade se deve por conta do processo do Banco Central contra o clube
que trata de irregularidades em negociações feitas entre 1993 e 1998. A
cautela aconteceu após uma penhora determinada pela Justiça Federal do Rio de
Janeiro que ocorreu no dia 21 de janeiro no valor de R$ 127 milhões pelos
fatos acontecidos no século passado.
A multa anterior havia sido aplicada em 2013 no valor de R$ 38 milhões por
tais irregularidades. Com a correção monetária, a quantia chegou a R$ 127
milhões. O Flamengo segue confiante em reduzir tal valor. O caso corre em
paralelo no Superior Tribunal de Justiça. Segundo o GE, o Flamengo tenta
reduzir a penhora de R$ 127 milhões para R$ 10,6 milhões.
Até o momento, o Rubro-Negro vence o processo por 1 a 0. No entanto, a
ministra Regina Helena Costa, no último dia 15, pediu um tempo maior para
analisar o mérito da questão. Ainda restam quatro votos.
O problema que esse imbróglio veio à tona justamente quando o vice de futebol,
Marcos Braz, e o diretor executivo, Bruno Spindel, estavam na Europa em busca
de reforços. Acertaram a compra de Andreas Pereira por 10 milhões de euros, R$
57 milhões. O pagamento será feito em cinco parcelas. Só que outros reforços
acabaram subindo no telhado.
Braz e Spindel foram ao Velho Continente para realizar desejos de Paulo Sousa.
O treinador português pediu, além da permanência de Andreas, um goleiro, um
zagueiro canhoto, um meio-campista moderno, que marque e jogue, e um atacante.
Internamente, Paulo Sousa entende o cenário atual que vive o clube e não faz
pressão. No entanto, a diretoria se volta para tentar contratações a custo
zero ou com cifras bem abaixo das que serão pagas por Andreas e das que foram
oferecidas por Everton Cebolinha (o Benfica queria 20 milhões de euros no
atacante).
Santos, goleiro do Athletico-PR, é um nome que agrada ao Flamengo. Negociações
chegaram a avançar nas últimas semanas, mas o Furacão faz jogo duro pelo
atleta e quer o pagamento da multa. A quantia é de 3,5 milhões de euros, cerca
de R$ 20 milhões.
A intenção do Flamengo é chegar a um consenso com o Athletico sobre valores e
depois também com a forma de pagamento. Os clubes têm uma boa relação, já que
negociaram com facilidade no passado a vinda de Léo Pereira para o Rio de
Janeiro e a ida por empréstimo de Hugo Moura para Curitiba. Esse é o trunfo do
Flamengo para convencer Athletico.
As contratações de um zagueiro canhoto, um meio-campista e um atacante não
foram descartadas. No entanto, se não forem a custo bem abaixo dos padrões de
compra do Flamengo, elas só acontecerão quando o imbróglio na Justiça for
resolvido.
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Imagem: Paula Reis