Por Lazlo Dalfovo | Lance!:
Minutos antes da Supercopa do Brasil, Bruno Henrique foi a voz do vestiário do
Flamengo ao enaltecer a efervescente rivalidade recente com o Palmeiras. E
agora, às vésperas da maior final entre os clubes da história, em jogo único
na Libertadores, o atacante conversou com exclusividade ao LANCE!, falou sobre
o que espera da decisão em Montevidéu e se declarou ao clube carioca.
Desde 2019 no Fla, Bruno Henrique já vivenciou de perto a "disputa particular"
com o Palmeiras em cinco ocasiões - quatro empates e uma vitória, sendo que o
placar de igualdade culminou no título da Supercopa após os pênaltis.
Curiosamente, ele ainda não fez gol contra o Verdão, o que pode ser um
combustível extra no sábado.
- Quando dois clubes disputam os principais títulos todos os anos, é normal
que se crie ou potencialize uma rivalidade. Acho muito bom para o futebol
brasileiro que Flamengo e Palmeiras tenham essa disputa particular. Queremos
sempre vencê-los e vice-versa - disse Bruno Henrique, projetando o confronto
deste sábado, no Estádio Centenário:
- Uma final como essa, em jogo único, qualquer coisa pode acontecer. Em 2019,
o River era favorito, tinha vencido a competição recentemente, tinha mais
experiência, vários pontos fortes. E no final vencemos, na raça e na qualidade
dos nossos jogadores. Jogo único é diferente de tudo. Vai levar quem estiver
mais ligado, atento, concentrado. São dois grandes clubes que disputam a
hegemonia do futebol brasileiro há alguns anos. Não preciso dizer mais nada.
'São clubes que disputam a hegemonia do futebol brasileiro'
Eleito o "Rei da América" na campanha da conquista da Libertadores de 2019, o
camisa 27 respondeu o que mudou do Bruno Henrique daquela temporada para o
atual:
- Conheço melhor o clube, me sinto cada vez mais em casa. O Flamengo é
apaixonante. Não tem como vestir essa camisa e não sentir uma energia
diferente, então claro que depois de três temporadas sou mais Flamengo ainda.
Penso em retribuir o carinho do torcedor com mais títulos.
NOVA COROA À VISTA?
Já sobre a possibilidade de ser eleito o melhor jogador da Libertadores
novamente, algo possível sobretudo por ter marcado os quatro gols do Fla nas
semifinais (dois em cada jogo contra o Barcelona-EQU), Bruno Henrique evitou
definir a nova coroa de "Rei" como prioridade.
- Meu plano é ser campeão de tudo que for possível. Temos feito grandes
temporadas, estamos na segunda final de Libertadores. Nosso grupo tem valor e
nunca se abateu nos momentos mais difíceis. Pelo contrário, nos unimos mais. E
quando o conjunto vai bem, naturalmente alguns jogadores chamam atenção. Os
prêmios individuais são consequência e guardamos de recordação.
Vale sublinhar que Bruno Henrique concorre com Gabigol Arrascaeta,
companheiros de equipe, Weverton, Raphael Veiga e Rony o prêmio de "Best of
the Match", em votação popular e que permitirá que o vencedor saia com um
simbólico anel de craque do torneio e protagonista da "Glória Eterna".
Confira outros trechos da entrevista:
Como foi a preparação do grupo para focar tanto na decisão da Libertadores
quanto na reta final do Brasileirão?
- O Renato tem passado muita tranquilidade para a gente. Todo dia ele fala que
o importante é seguirmos nossas convicções e planejamento. E temos feito
assim. Vinha rodado o elenco, e o time continua competitivo no
Brasileiro. Importante pontuar, claro, mas sem esquecer que precisamos estar
100% na final.
O que pensa da concorrência na equipe titular, principalmente pela ótima
fase de Michael, e o debate sobre quem poderia ser sacado do quarteto de
ataque?
- Desde que cheguei aqui, em 2019, o projeto do clube era montar elencos
fortes todos os anos. E isso é bom porque deixa todo mundo motivado e aceso
nos treinos e jogos. Não pode dar brecha, porque quem está no banco também tem
muita qualidade. Quem ganha com isso é o Flamengo e a dor de cabeça é do
treinador.
O fator Mundial já é debatido internamente, principalmente com a chegada de
jogadores da Premier League e a possibilidade de enfrentar o Chelsea?
- Não. Aqui só falamos da Libertadores. Nosso grupo é experiente o suficiente
pra saber que tudo tem seu momento. Não adianta falar de Mundial se não
ganharmos a Libertadores. Uma coisa de cada vez.
O Flamengo foi ao mercado nesta última janela e trouxe nomes importantes
como Andreas Pereira, David Luiz e Kenedy. Como tem sido a relação do grupo
com os novos reforços?
- A melhor possível. É uma característica desse grupo receber bem quem chega
de fora. E são atletas vindos da Europa, com experiência em grandes
competições. Tudo fica mais fácil. Se olhar nosso elenco, vários já passaram
por grandes clubes, Europa e Seleção. Vieram pra somar.
Por fim, poderia mandar uma mensagem para a torcida?
- Estamos trabalhando com muita seriedade, foco e humildade. Contamos com
aquela mesma energia de 2019. Aquelas vibrações, antes da viagem e no estádio,
foram fundamentais pra gente.
VEJA AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Imagem: Santiago Arcos/AFP
Tags
Bruno Henrique