Rogério Ceni não faz um grande trabalho no Flamengo. Depois de oito meses,
isso é claro, apesar dos títulos do Brasileiro e da Supercopa do Brasil. Mas o
momento atual traz uma tensão diferente de outras fases ruins desde que ele
assumiu em novembro do ano passado. Que ofusca o bom papel desempenhado pelo
comandante rubro-negro em meio a um período de vacas magras do clube.
Só que os resultados pesam. O ponto claro é que após se recuperar de Covid-19
e voltar a comandar equipe na beira do campo, Ceni igualou sua pior sequência
em cinco jogos pelo clube, com três derrotas e duas vitórias. É o pior momento
da temporada 2021, que coincide com o excesso de desfalques convocados para a
Copa América.
Nesse cenário, o Flamengo vive um jogo de conveniência que deixa o ambiente
desgastado. Sem poder oferecer mais reforços a Ceni, a diretoria atribui o
desempenho ruim a ausência de algumas peças fundamentais há alguns jogos. O
treinador, por sua vez, justifica suas decisões na beira do campo pela gestão
dos atletas que se faz necessária para a sequência de partidas, também por
conta dos desfalques. Sem falar em baixas por lesão e o cuidado que elas não
se avolumem.
Toda essa previsível situação ameniza a pressão interna sobre Ceni, que por
sua vez já demonstra irritação clara. Embora de fora para dentro haja revolta
e pedidos por demissão após a derrota para o Fluminense, Rogério segue com
respaldo das principais lideranças, como Diego, Filipe Luis e Diego Alves. Mas
ao notar os recentes desabafos de Pedro e por último de Vitinho durante os
jogos, fica evidente que há alguma insatistação com a forma como as
informações são passadas e as decisões tomadas. Ainda que nesse período
difícil algumas situações sejam relevadas.
No clube, a ideia é evitar mais turbulência a menos de dez dias das oitavas de
final da Libertadores. A instabilidade da equipe é vista como um processo
natural, previsível e pelo qual o Flamengo precisa passar sem maiores traumas
no atual contexto. Depois, com todas as peças à disposição para o jogo contra
o Defensa y Justicia, dia 14, a avaliação ganha outro contorno para Ceni.
Sobretudo com a volta de Gabigol. O Flamengo só pode trocar uma vez de técnico
no Brasileiro, de acordo com as novas regras da CBF. E procura se preparar
para fazê-lo no momento certo, se houver necessidade. Com dois jogos a menos,
o clube carioca ocupa a décima posição, com 12 pontos, a nove do líder.
Isla, Piris e Arrascaeta treinam
Para amenizar a queda de rendimento da equipe, o Flamengo se reforçou nesta
segunda-feira de três peças que estavam disputando a Copa América para a
sequência do Campeonato Brasileiro. O meia De Arrascaeta, o lateral-direito
Isla e o volante Piris da Motta se apresentam para treinar com o restante do
elenco, e hoje já devem ser relacionados para a viagem para o jogo com o
Atlético-MG, fora de casa.
A tendência é que o técnico Rogério Ceni utilize os três jogadores como
titulares, principalmente em função do desgaste dos atletas que vinham
atuando. Com isso, devem sair do time Matheuzinho, que jogou bem no período, e
Vitinho, que oscilou bastante. Piris entraria na vaga de Diego e faria com que
Willian Arão voltasse para a zaga ao lado de Rodrigo Caio. Essa é apenas uma
das opções do treinador, que tem Thiago Maia ainda longe do preparo físico
ideal. Mas é bem provável que a escalação tenha três volantes, com Arrascaeta,
Bruno Henrique e Pedro formando o trio de ataque titular. O Flamengo ainda
aguarda Éverton Ribeiro e Gabigol, que defendem a seleção brasileira.
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Fonte: https://extra.globo.com/esporte/flamengo/ceni-vive-pior-momento-no-flamengo-em-2021-mas-contexto-inibe-demissao-25092090.html
Imagem: Flamengo
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