Ceni 'martela' tema das finalizações, mas quanto o time realmente desperdiça?




O Flamengo perdeu o clássico para o Fluminense neste domingo por 1 a 0. Após a partida, em entrevista coletiva, o técnico Rogério Ceni “martelou” o tema das finalizações, citando várias vezes o número de chances criadas e desperdiçadas pela equipe rubro-negra.



“Nós ‘só’ criamos 21 oportunidades de gol. Finalizamos 21 vezes ‘só’ no gol. A média nossa de finalizações é sempre muito alta, quase o dobro dos nossos adversários na maioria das vezes”, disse o comandante, ironizando uma pergunta sobre falta de chances criadas.

“Nós finalizamos bastante, mas não tivemos a precisão para concluir em gol”, continuou. “Nós tivemos grandes oportunidades de gol, infelizmente, como na maioria dos jogos, pecamos muito em finalização."



Em outro momento da entrevista coletiva, Rogério Ceni voltou a falar da questão.

“Nós dominamos o jogo mais uma vez, como a gente vem fazendo em quase todas as partidas, sempre tocando muito bem a bola, chutando muito a gol, criando oportunidades. A bola não entra”, reclamou o treinador.

Por fim, quando foi perguntado sobre como superar o problema, Ceni falou em treinar e manter seu estilo.



“Eu treino bastante finalização e quero continuar sendo superior a todos os adversários que eu enfrentar, independente do time que eu tenho. Quero continuar sendo propositivo, tendo mais controle de jogo que o adversário, criando mais oportunidades. Espero que no momento correto, as finalizações que a gente cria possam ser convertidas em gol”.

Após tantas declarações sobre o tema, fica a pergunta: quanto o Flamengo realmente finaliza e desperdiça?



Ao se olhar para as estatísticas, a equipe rubro-negra, de fato, é a que mais finaliza no Brasileirão: média de 17 chutes por jogo . Entretanto, em termos de precisão, a história é diferente.

De todas as finalizações do Flamengo, 36,1% vão na direção do gol. Essa taxa é a 7ª melhor do Brasileirão , atrás de Internacional , Fortaleza , Corinthians , Ceará , Athletico-PR e Fluminense .



Mas quando o assunto é bola na rede, o problema aparece. Apenas 7,6% dos chutes do Flamengo se tornam gols. Essa é a 14ª marca do Brasileirão , melhor apenas que Santos , Corinthians, Cuiabá , São Paulo , Sport e Grêmio .

E não é apenas em estatísticas simples que as finalizações despontam como problema. Na estatística avançada Gols Esperados (Expected Goals), a questão também fica evidente.



A estatística Gols Esperados (Expected Goals) é o resultado de um cálculo que projeta quantos gols uma equipe deveria marcar baseado na qualidade de cada chance criada para finalização.

A ferramenta ESPN TruMedia compara todas as finalizações já feitas em cada um dos mais de 55 mil jogos presentes no seu banco de dados exclusivo da ESPN no mundo, e leva em consideração variáveis como região do campo de onde partiu o chute, distância para o gol, ângulo, jogadores à frente e outros critérios, e classifica cada tipo de finalização, atribuindo a ela uma porcentagem padrão de chance de que ela se torne um gol.



Segundo o ESPN TruMedia, o Flamengo produz a maior quantidade de Gols Esperados por partida, liderando a estatística com 1,9 – em outras palavras, o time de Rogério Ceni deveria marcar 1,9 gols por jogo.

Entretanto, na realidade, a equipe “só” marca 1,3 gol por jogo, sendo o 6º melhor ataque da competição.

Para efeito de comparação, o Red Bull Bragantino , líder do Brasileirão , tem o melhor ataque com 2,1 gols por jogo. Contudo, a equipe de Barbieri só produz 1,5 Gols Esperados por partida, ficando em 3º na estatística, atrás de Flamengo e Fortaleza.


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Fonte: https://www.espn.com.br/futebol/artigo/_/id/8868400/flamengo-ceni-martela-tema-das-finalizacoes-mas-quanto-o-time-realmente-desperdica
Imagem: Reprodução

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