Neymar tinha acabado de marcar, numa cobrança de pênalti, o segundo gol da
seleção brasileira contra a Venezuela e voltava caminhando para o campo de
defesa quando Gabigol apareceu na linha lateral do estádio Mané Garrincha, em
Brasília —ele entraria no time no lugar de Richarlison aos 19 minutos do
segundo tempo. O camisa 10 parou, deu um longo abraço no ídolo flamenguista e
disse palavras de motivação. O gesto foi só uma pequena amostra de um laço
entre as duas revelações da base do Santos. Uma união que, depois, seria
reforçada com assistência de um para gol do outro e uma comemoração entrosada
pela partida de abertura da Copa América.
Vendo assim, nem parecem os mesmos jogadores envolvidos naquela polêmica de
2019. Foi assim: na época, o atacante do PSG postou no Instagram um vídeo
descontraído em que mostrava uma parte de sua casa que tem um quadro da
Olimpíada do Rio de Janeiro — eles foram companheiros na conquista do ouro.
Neste vídeo, o rosto do jogador do Flamengo apareceu tampado com uma folha
branca . Na época, Gabigol tinha um relacionamento com Rafaella Santos, que é
irmã de Neymar. Dois anos depois, a rixa comprovada por este episódio está
superada.
Pessoas próximas aos dois jogadores disseram ao UOL Esporte que nunca houve
uma briga entre eles, algo que indicasse um rompimento definitivo. Houve, sim,
uma série de mal-entendidos que respingava no modo como se enxergavam por
causa do relacionamento de Gabigol com pessoas próximas de Neymar, como
Rafaella e seu pai. Além disso, faltava contato e conversas entre os jogadores
para que essas arestas fossem aparadas.
Neymar é cinco anos mais velho que Gabigol. Mesmo ambos tendo sido formados e
revelados pelo Santos, tiveram pouco convívio na base. O jogo de despedida de
um do futebol brasileiro foi justamente a estreia profissional do outro, que
sempre se declarou como fã. Gabriel, no passado, chegou até a imitar cortes de
cabelo, dancinhas e comportamentos fora de campo. Na seleção, para constar,
ele estreou num jogo para o qual Neymar não foi convocado.
O único momento de convivência antes deste atual foi justamente a Olimpíada de
2016. Depois veio o relacionamento do flamenguista com Rafaella, de idas e
vindas durante quatro anos, e os problemas sobre os quais nenhum deles gosta
de falar hoje em dia, mas que se tornaram públicos . Recentemente, Rafaella
fez posts pedindo para que seu nome não fosse mais vinculado ao dele.
Já a reaproximação entre os dois jogadores é posterior ao fim da relação
"familiar". Em 2019, ambos tiveram convivência grande nos amistosos da seleção
em Cingapura, e a impressão geral era de que enfim se conectaram. Eles
começaram a se conhecer melhor, trocando ideias. Neymar é considerado mente
aberta pelas pessoas próximas, decidido a não se envolver em assuntos da irmã
e superar desavenças. Essa característica e a chance de treinarem juntos
abriram brecha para a relação vista atualmente, de trocas de carinho públicas.
Quando Gabigol fez o terceiro gol da seleção contra a Venezuela após
assistência de Neymar, foi comemorar junto dele. O atacante do PSG imitou a já
tradicional comemoração de gols do flamenguista, que levanta os braços e exibe
os braços musculosos. Ambos riram e deram um abraço apertado depois da
brincadeira. Nas redes sociais, o autor do gol agradeceu pelo passe:
"Obrigado, ídolo" . Na seleção, a sensação de quem convive de perto é de que o
clima entre eles não poderia estar melhor.
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Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2021/06/15/gabigol-e-neymar-superaram-rixa-para-virar-ate-parceiros-de-comemoracao.htm
Imagem: Buda Mendes/Getty Images
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