Gerson compensou o estilo meio fechado de ser com a criação de um bordão,
ainda que sem querer. O “vapo” após os gols, inicialmente um pedido de amigos
e parentes, virou marca registrada, estampa de produtos, nome de loja. Ele é o
símbolo da transformação. Gerson chegou ao Flamengo e degolou a imagem de
promessa que deixou o Brasil precocemente para ralar em clubes de segundo
escalão na Europa. Na noite desta quarta-feira, se despede do rubro-negro como
ídolo, como craque da seleção olímpica.
A partida contra o Fortaleza, no Maracanã, às 19h, será a última antes da
mudança para o Olympique de Marselha, da França. A venda de R$ 160 milhões põe
fim à passagem de dois anos e oito títulos, suficiente para que a metamorfose
ganhasse corpo. Antes do Flamengo, sua carreira estava no vácuo: não havia
deslanchado depois de três temporadas na Itália.
Gerson, futuro camisa 8 do Brasil nos Jogos de Tóquio, viu suas redes sociais
explodirem no rubro-negro. Saiu de 350 mil no Instagram para 2,8 milhões. No
Twitter, sua conta saiu do zero em janeiro de 2019 para mais de 1 milhão.
Sua marca de roupas, “Online”, criada ainda nos tempos da italiana Roma, surfa
na onda. Este ano, Marcão, seu pai e empresário, aproveitou a popularidade do
filho em Nova Iguaçu (RJ), sua cidade natal, e abriu a “Loja do Vapo”, um
espaço com produtos com a marca do jogador.
O pedido para que fizesse o “vapo” aconteceu ainda nos tempos da Fiorentina.
Mas o gol que propiciasse a comemoração não aconteceu na Itália — sorte porque
provavelmente cairia no esquecimento. A marca registrada veio ao mundo no
primeiro gol pelo Flamengo, no clássico contra o Botafogo, em julho de 2019.
Ela virou símbolo da fase de ouro do rubro-negro ao lado do muque de Gabigol e
do “outro patamar” de Bruno Henrique.
Desde que fechou a transferência para o Olympique de Marselha, Gerson se
mostrou mais emotivo com a chegada da sua despedida do Flamengo. Não deixa de
ser uma surpresa para pessoas próximas, acostumadas com a sobriedade do
jogador, considerado meio ranzinza e desconfiado pelos colegas de elenco.
O adeus tem um peso duplo. Não é apenas o fim da passagem mais vitoriosa de
sua carreira, até aqui. Gerson é torcedor do Flamengo, explicitou isso desde
sua chegada, a despeito de ter sido revelado pelo Fluminense, e realizou o
sonho de criança ao vestir a camisa rubro-negra.
No Flamengo, virou amigo principalmente de Filipe Luís e Rafinha, o primeiro
pilar do time de 2019 a deixar o clube. Outro amigo que fez, companheiro no
videogame, foi Reinier, que logo saiu do rubro-negro para tentar a carreira no
exterior, assim como Gerson, que ainda aos 19 anos trocou o Fluminense pela
Roma, da Itália.
A despedida tem gerado homenagens. Na terça-feira, a Fla TV exibiu especial
com o jogador. Gerson esteve no centro do bate-papo com companheiros do elenco
e não segurou as lágrimas na resenha, que lembrou momentos marcantes da
passagem de dois anos pelo rubro-negro.
Uma torcida organizada preparou bandeira para o jogador, que estará no
Maracanã na partida desta quarta-feira.
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Fonte: https://extra.globo.com/esporte/flamengo/confira-transformacao-do-volante-gerson-em-dois-anos-de-flamengo-25072877.html
Imagem: Alexandre Vidal
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