Time ganha jogos, diretoria ganha campeonatos. A máxima ajudar a explicar o sucesso do Flamengo que lidera com folga o Brasileirão. Se o trabalho de Jorge Jesus encanta e é badalado, passa muito por um erro praticamente zero nas ações de mercado de um clube que mudou o modus operandi para integrar avaliação, captação e execução na busca por novas peças.
Oito dos 11 titulares do Rubro-Negro chegaram ao clube na atual temporada (Diego Alves, Arão e Ribeiro são as exceções), e entre as caras novas apenas a aposta João Lucas não teve papel determinante em 2019. O sucesso afastou a pecha de clube que gastava muito e mal que acompanhou o Flamengo nos últimos anos, e consolidou um formato que une Ninho do Urubu e Gávea.
Os processos de avaliação de carência e reforços em potencial começa no CT com o departamento de futebol e chega à sede social para discussão no Conselhinho que define os rumos da pasta. O ponto de ligação é o Departamento de Scout (DS), remodelado na gestão Landim e que tem na gerência o ex-volante Fabinho (que defendeu o clube em 2003).
- Carência de elenco é discutida por todos. Já tive conversas com Jorge Jesus (sobre 2020). É claro. Depois que temos um entendimento do que o clube quer de posições, vamos em cima e começamos a rodar o negócio. Olhamos o que temos pontuado, fazemos monitoramento. É orgânico. A troca de informação entre todas as pessoas que trabalham no profissional é muito legal - explica Fabinho, que ressalta a importância de um trabalho preventivo, para que o banco de dados suporte as necessidades da comissão técnica.
O presidente por vezes questionou o trato direto entre CIM e diretoria executiva de futebol para definição de contratações, por acreditar que dirigentes remunerados não deviam ter esse poder na definição de patrimônio do clube. No cenário atual, nada é definido sem o aval do Conselhinho, que tem o vice de futebol Marcos Braz como figura de interseção com o departamento de futebol profissional. É quem transita com autoridade entre CT e Gávea.
A busca no mercado, por sua vez, é minuciosa e vai muito além de valências técnicas, segundo Fabinho. O “head scouter” explica a importância de entender as peculiaridades e metodologias do clube para que o atleta se encaixe no perfil:
Para realizar este tipo de monitoramento, os profissionais contam com softwares que facilitam a observação de campeonatos mundo afora. A partir do momento que um jogador chama a atenção, há um segundo passo com acompanhamento in loco.
Para ser mais específico na definição deste “perfil Flamengo”, o clube trabalha no desenvolvimento de um programa próprio. Neste processo, Fabinho e o recém-aposentado Juan fizeram um intercâmbio na Europa.
/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2019/10/17/0c2db266-9100-4e6b-9cbd-b3230c479b01.jpg)
Fabinho e Juan fizeram um intercâmbio na Europa — Foto: Arquivo Pessoal
- O Flamengo é pioneiro no Brasil e acredita que a qualificação do olhar no atleta que pode vir a chegar ao clube faz toda diferença. Cada clube tem sua particularidade. Jogar no Flamengo é diferente e não podemos usar um modelo pronto. Não teria nada a ver - definiu Fabinho, que voltou ao Flamengo como observador técnico em outubro de 2017.
Mesmo com as janelas encerradas, o Flamengo não fecha os olhos para o mercado. Afinal, 2020 é logo ali.
Fonte: https://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/do-ninho-a-gavea-setores-integrados-levam-flamengo-a-erro-zero-no-mercado-e-lideranca-do-brasileirao.ghtml
Curta nossa Página