Por Renato Maurício Prado - Empatar com o Cruzeiro, no Mineirão, em condições normais, nem deve ser considerado mau resultado. Mas pelo que se viu em campo, mais uma vez, a torcida do Flamengo tem motivos de sobra para reclamar. Rodada após rodada, apesar da chegada de reforços de qualidade, o time de Zé Ricardo continua a ter como principal (e praticamente única) opção de ataque o manjadíssimo e pouco eficiente chuveirinho.
Por que os jogadores não chutam mais de fora da área?
Por que TODAS as faltas laterais têm de ser cobradas altas, no medíocre chuveirinho?
Por que, contando com jogadores habilidosos, como Diego, Éverton Ribeiro, Guerrero e Éverton, não há triangulações, jogadas de ultrapassagem e tabelas?
Por fim: se o treinador considera os cruzamentos tão importantes assim, por que, pelo menos, não são aprimorados? Os rubro-negros não acertam praticamente uma bola na cabeça de seus jogadores!
O fato é que o que mais irrita o torcedor é a impressão, que se fortalece na medida em que o elenco se reforça, de que Zé Ricardo parece incapaz de fazer o time jogar um futebol à altura dos jogadores que tem.
Essa tática do “cisca-cisca”, por exemplo, pode até ser razoável em determinadas circunstâncias. Mas hoje, contra o Cruzeiro, matou as possibilidades de contra-ataque, dando tempo à defesa mineira de se rearrumar e se fechar em várias oportunidades. Resultado? Bola alta a esmo na área rival.
Se no ataque o impasse continua, na defesa, viu-se também, há muita coisa a acertar. O gol do Cruzeiro só foi possível graças a uma bobeada de Réver (principalmente) e Rafael Vaz que, em linha, não perceberam a infiltração de Sassá. E no primeiro tempo, no espaço entre os dois, Thiago Neves só não marcou porque o goleiro Tiago fez grande defesa. Ou seja, há falhas na marcação – individuais e de posicionamento…
Depois de perder em casa (para o Grêmio) e deixar escapar a vitória no Mineirão, o Flamengo ficou a 12 pontos do líder Corinthians. Ainda falta muita coisa, mas começa a ficar difícil crer nas possibilidades de título brasileiro.
Com a desclassificação vexatória na Libertadores, restam a Copa do Brasil e a Sul-Americana. Com o investimento que está fazendo e os jogadores que tem ao menos um desses títulos passa a ser obrigação.
A par disso, já está na hora do presidente Eduardo Bandeira de Mello e o comando do futebol começaram a olhar, com atenção e carinho, o mercado de técnicos (quem sabe no exterior). Não adianta nada juntar um punhado de bons jogadores e continuar com um técnico que aposta todas as suas fichas no prosaico chuveirinho.
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