Contra uma nova licitação do Maracanã, o presidente Pedro Abad, do Fluminense, defendeu que a administração do estádio não deve ficar nas mãos de um clube de futebol. Em entrevista ao "Seleção SporTV", o dirigente elogiou Eduardo Bandeira de Mello, comandante do Flamengo, mas lembrou que ao longo da concessão do equipamento esportivo existirá a troca de dirigentes, que podem não ter a competência dos atuais e também podem atrapalhar a utilização por parte das outras equipes da cidade.
- O presidente Bandeira é uma pessoa muito séria. A gente confia nele e sabe que é uma pessoa do bem. Mas diretorias podem chegar e sair. Nós já tivemos diversos exemplos nos clubes do Rio de administrações ruins, de administrações retrógradas. Por isso, a gente defende esse modelo. Um clube comandando um equipamento desse porte, com essa história toda construída não só por Flamengo e Fluminense, como também por Vasco e Botafogo e administrado por um clube não agrada. Assim como se também fosse pelo Fluminense. A questão não é Flamengo ou Fluminense, a questão é que algumas administrações podem ser ruins e causar problemas para os demais clubes jogarem no período da concessão. Ninguém pode garantir que a seriedade do Flamengo vai se repetir, assim como a do Fluminense, Vasco e Botafogo. Esse é o principal motivo para a gente não defender um modelo de administração com um clube como proveitoso para o futebol do Rio de Janeiro.
Mesmo contra a administração compartilhada com o Flamengo, Pedro Abad revelou que houve tratativas com o Rubro-Negro e um protocolo de intenções chegou a ser assinado, mantendo características do compromisso do Tricolor com o consórcio que ainda administra o Maracanã. O presidente do Fluminense, porém, garantiu que a conversa não foi definitiva. O encontro entre os dois clubes aconteceu na semana passada.
- Na semana passada, a gente teve algumas tratativas no sentido de estabelecer algumas formas de relacionamento. A gente chegou a assinar um protocolo de intenções. Estava de bom tamanho o que foi assinado, um modelo parecido com o que tem hoje, com algumas adaptações. Isso fez parte de um pré-acordo que a gente tinha. Mas não houve uma conversa concreta com o Flamengo porque ainda não temos os dados para colocar na mesa. Mas volto a dizer que recusar a conversar com o Flamengo é algo impensável para mim.
A Odebrecht, vencedora da licitação em 2013, acertou o repasse da concessão à Lagardère, mas o governador Luiz Fernando Pezão avalia a abertura de novo processo licitatório, fato defendido pelo Flamengo. O Fluminense, porém, ainda não trabalha com essa possibilidade de uma nova licitação. O clube das Laranjeiras tem contrato firmado com o atual administrador do estádio. Em 2016, mudou pela última vez as regras para mandar seus jogos. O quarto aditivo do acordo entre as partes aumentou os custos com a operação da partida e determinou o pagamento de um pequeno aluguel. Em contrapartida, deu ao clube toda a renda da bilheteria e 25% do valor arrecadado nos bares.
- O Fluminense não está trabalhando nisso. O Fluminense acredita, por diversos motivos, que a concessão deveria ficar mesmo como está hoje. E no momento a gente não trabalho com esse cenário (...). Isso tudo é uma negociação. Não adianta bater o pé e dizer que o Fluminense não abre mão de tudo o que ele tem. Isso não faz sentido. O contrato do Fluminense sequer pode ser dito que é desvantajoso para quem opera o equipamento. Depende muito. Se o Fluminense começa a colocar muita gente no estádio em todos os jogos, ele é extremamente desvantajoso para o Fluminense. É um contrato que foi feito em uma época dentro de uma lógica de proteção em cima de custos. Da mesma forma que o contrato do Flamengo que o Flamengo fez é protetor quando se fala em receita. Foi a estratégia de cada clube na época. Eventuais alterações podem ser feitas no momento de conversas com o parceiro, entre o Fluminense e a empresa que administra. O Fluminense não se nega a sentar e conversar com ninguém sobre qualquer tipo de cláusula contratual.
Pedro Abad reforçou que o Fluminense deseja construir um estádio próprio e já faz movimentos para isso. O dirigente, porém, afirmou que o tamanho da arena terá relação com o futuro administrativo do Maracanã e do desejo de mandar partidas no local.
- Sem dúvida nenhuma é uma intenção do Fluminense ter um estádio próprio. A gente já está fazendo movimentações nesse sentido. O tamanho do estádio, nesse caso eu concordo com o presidente Bandeira, depende muito do que acontece com o Maracanã. Pode ser um pouco maior caso o Fluminense não tenha o interesse em jogar tantos jogos no Maracanã, ou menor caso ele decida jogar tantos jogos no Maracanã. Mas é um objetivo que nós estamos buscando.
Sportv
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