Flamengo avalia necessidade de renegociação geral caso jogos não retornem até início de junho



Os efeitos da ausência de jogos e da inesperada falta de pagamento da primeira parcela da Adidas, além da saída do patrocínio do Azeite Royal, já têm reflexos no Flamengo.


O clube negocia com o Athletico-PR uma nova maneira de pagamento para a compra do zagueiro Léo Pereira, como informou primeiro o jornalista Paulo Vinícius Coelho em seu blog.

E a questão é que a bola de neve pode não ficar por aí.

O clube rubro-negro avalia que, caso os jogos oficiais não voltem até o início de junho, será necessária uma renegociação geral, de todos os acordos de contratações de reforços até os salários dos jogadores.

A bilheteria das partidas também vem sendo desfalque pesado no orçamento. Por isso, serão necessários novos prazos para honrar os compromissos firmados.

Em todas as negociações realizadas na gestão Rodolfo Landim, o clube escalonou os pagamentos para não comprometer o caixa. No momento o único atraso ocorreu no caso de Léo Pereira.


O zagueiro teve cerca de 90% de seus direitos adquiridos R$ 30,1 milhões, segundo aponta o balanço financeiro divulgado no fim de março.

A avaliação do caos provocado pela pandemia é diária, mas sem receitas antes anteriormente consideradas certas será necessário conversar também com clubes que negociaram outros atletas, como a Inter de Milão no caso de Gabigol e Michael, do Goiás.

Não há atrasos nestes acordos, por enquanto.

A revelação do Campeonato Brasileiro de 2019, por exemplo, custou 7,5 milhões de euros por 80% dos direitos em três parcelas iguais. A primeira já quitada em 5 de fevereiro, a segunda em 15 de julho e a terceira em 25 de janeiro de 2021.

Gabigol também será quitado de forma parcelada, ao custo de 16,5 milhões de euros por 90% dos direitos, cerca de R$ 76,6 milhões no câmbio à época.

Há outros pagamentos a realizar, como parcelas de Vitinho ao CSKA - restavam R$ 28 milhões no fim de março - e Gerson junto à Roma: o meio-campista custou 11,8 milhões de euros em meados de 2019 e seu pagamento está escalonado até o fim do contrato, em 2023. Restam ainda R$ 48 milhões.


Luvas a jogadores que chegaram em fim de contrato, como Rafinha e Filipe Luís, também devem ser quitadas. O lateral-esquerdo, inclusive, aceitou receber grande parte nessa temporada para não comprometer o fluxo de caixa em 2019.

Na conta rubro-negra o peso da ausência dos jogos também é grande.

A projeção para 2020 era de uma arrecadação bruta de R$ 108 milhões nas partidas. Até o momento, com a temporada paralisada em 13 jogos, o Flamengo chegou a 21% deste total: R$ 23,1 milhões.

O peso da ausência da primeira parcela da Adidas também é muito sentido no caixa do clube.

Os cerca de R$ 9 milhões referentes aos primeiros meses do ano e até a premiações por conquistas como a Recopa Sul-Americana não caíram na conta do clube como previsto, no início de abril.


As partes conversam, mas há uma grande insatisfação internamente no clube com o atraso e nenhuma previsão de pagamento.

Cogita-se, inclusive, acionar judicialmente a fornecedora de material alemã caso a inadimplência continue.

De acordo com a imprensa da Alemanha, a Adidas contraiu um empréstimo de cerca de 3 bilhões de euros (R$ 17,15 bilhões) para oxigenar suas finanças em meio à pandemia do coronavírus.

Em contato com a reportagem da ESPN sobre uma possível atualização das conversas com o Flamengo, a empresa manteve o mesmo posicionamento anteriormente informado.

"A Adidas está em conversas com seus parceiros, nas últimas semanas, para encontrarem juntos a melhor maneira de enfrentar os impactos econômicos provocados pelo Covid-19. Essa medida está sendo tomada, não só pela adidas, como também por diversas companhias dentro deste novo e imprevisível contexto econômico, para proteger a longevidade de parcerias e negócios. A Adidas segue o diálogo constante e aberto", escreveu.


Fonte: https://www.espn.com.br/futebol/artigo/_/id/6862919/flamengo-avalia-necessidade-renegociacao-geral-caso-jogos-nao-retornem-ate-inicio-junho

Curta nossa Página




Postar um comentário

0 Comentários