Muito mais que derrotas, veja os vários motivos revelados para demissão de Vítor Pereira


Primeiramente, é importante ressaltar que Vítor Pereira está vivendo suas últimas horas como treinador do Flamengo. O término do vínculo já foi definido e o anúncio será feito nesta segunda-feira (10), após uma reunião entre as partes. No entanto, de acordo com o que foi informado pelo GE, a avaliação do desempenho diário do português no CT é crucial para sua demissão.


FRACASSOS EM CAMPO
Além de perder o Campeonato Carioca, Vítor Pereira também fracassou em outras competições pelo Flamengo. A equipe comandada pelo treinador português teve desempenhos decepcionantes na Supercopa do Brasil, na Recopa Sul-Americana, no Mundial de Clubes e até mesmo na Taça Guanabara - a primeira fase do Campeonato Estadual.

A derrota para o Aucas (EQU) na primeira rodada da fase de grupos da Libertadores da América também foi vista como um "vexame" internamente. A equipe equatoriana é praticamente desconhecida no cenário internacional e tem um investimento quase 40 vezes menor que o do Flamengo. Além disso, o time do Aucas perdeu todos os jogadores que foram campeões nacionais na última temporada.


Os resultados obtidos pelo Flamengo em 2023 jogaram contra o treinador, que chegou a afirmar que a equipe "jogou bem" contra o Aucas. No entanto, nos bastidores, até mesmo os jogadores não conseguiram entender essa declaração, já que viram uma partida completamente diferente daquela descrita pelo técnico.

FALTA DE TREINO DA EQUIPE TITULAR
O treinador optava por não treinar exclusivamente o time titular da equipe. Ele misturava os jogadores em campo para que todos assimilassem suas ideias e ficarem motivados e atentos nos treinamentos. Inicialmente, ele montava um time titular, mas após vazamentos de escalações, ele deixou de fazê-lo para evitar dar "armas aos rivais". 


Essa mudança de estratégia, no entanto, incomodou algumas pessoas do Ninho do Urubu, que acreditavam que o treinador estava mais preocupado com privacidade do que com a preparação para os jogos. Alguns jogadores também discordavam dessa abordagem e sentiam que ela impactava diretamente em sua preparação.

POSTURA NOS BASTIDORES
Vítor Pereira decidiu limitar a divulgação de suas ideias e planos ouvindo apenas sua comissão técnica pessoal. No entanto, algumas de suas escolhas foram consideradas "injustificáveis", como ter Everton Ribeiro e Gabriel Barbosa no banco na primeira partida da final do Carioca e na Libertadores.


Internamente, havia a percepção de que o treinador estava agindo em benefício próprio, fechando-se com sua equipe e implementando suas ideias sem ouvir mais opiniões. Essas decisões recentes em relação ao time causaram grande desconforto entre os jogadores.

Embora tenha tomado uma boa decisão ao colocar Matheus França no lugar de Gabigol na primeira partida da final, o fato de o jovem meia-atacante ter sido deixado no banco de reservas na segunda partida e no jogo contra o Aucas na Libertadores deixou o elenco sem entender. França foi um dos destaques da primeira partida e um dos poucos que se destacaram contra o Aucas.


ESCALAÇÃO COM TRÊS ZAGUEIROS
O sistema de três zagueiros adotado por Vítor Pereira no Flamengo foi muito questionado nos bastidores do clube. A equipe é conhecida por seu estilo ofensivo e muitos acreditam que a estratégia de três zagueiros não é adequada para a equipe. Apesar das orientações contrárias de dirigentes e outras pessoas do clube, o técnico insistiu no esquema, acreditando que seria a melhor forma de melhorar a solidez defensiva da equipe.

Entretanto, a estratégia não tem funcionado, com o time sofrendo muitos gols e apresentando um futebol pouco ofensivo e pouco atrativo. Ao invés de reconhecer a falha na escolha do sistema, Vítor Pereira tem sido acusado de teimosia, mantendo o esquema de três zagueiros mesmo diante dos maus resultados. Além disso, o Flamengo avalia que a escolha pela trinca de zaga tem prejudicado a equipe no meio-campo e rompido com os modelos adotados pelos antecessores do técnico.


TEIMOSIA SEM CONVICÇÃO 
Vítor Pereira é conhecido por ter uma forte personalidade, o que pode ser um ponto positivo para o treinador. No entanto, essa característica começou a ser vista como teimosia, pois ele se recusava a abandonar suas próprias convicções.

Apesar de sua postura anteriormente inabalável, as convicções de Vítor Pereira foram abaladas no último Fla-Flu. Primeiro, ele escalou Gabi como ponta, apesar do jogador e ele mesmo terem afirmado que Gabi preferia jogar como centroavante. Depois, abandonou o sistema de três zagueiros no intervalo da partida, quando o Flamengo estava perdendo por 2 a 0 para o Fluminense e se encaminhava para os pênaltis.


Além disso, na primeira partida contra o Fluminense, Vítor escolheu Matheus França como titular e o jovem meia-atacante foi bem. Ele até marcou um belo gol na Libertadores. Então, França estava garantido na segunda partida contra o Tricolor, certo? Não. Vítor colocou-o no banco de reservas e optou por Gabigol na ponta, deixando os jogadores sem entender a escolha, após tudo que havia ocorrido na última semana. Internamente, essa teimosia foi vista como uma "falta de convicção".

Imagem: Divulgação

- // -

Clique aqui para ver mais notícias do Fla

Postar um comentário

0 Comentários