Paulo Sousa fala sobre variação tática, retranca do Vasco e situação de Andreas




GE: Explicações táticas, justificativas para variação nas escalações, declaração ao torcedor e opinião aprofundada sobre a situação de Andreas Pereira. Paulo Sousa não poupou detalhes na entrevista coletiva após a vitória por 1 a 0 sobre o Vasco, nesta quarta-feira, no Maracanã, pela semifinal do Carioca. Com um primeiro tempo dominante e uma segunda etapa controlada, sua equipe sofreu pouco, mas esteve longe de dar espetáculo. No centro das atenções, a presença de Andreas entre os titulares novamente.



O treinador português falou sobre a situação do meio-campista, que ainda sofre com a desconfiança da torcida após o erro na final da Libertadores. Para Paulo Sousa, Andreas se tornou peça fundamental na dinâmica deste Flamengo juntamente com João Gomes e só a sequência de jogos fará com que o torcedor se convença do potencial que fez o clube investir 10 milhões de euros em sua compra ao Manchester United.

- No meu entender, precisamos dar confiança e trabalhar o foco nas tomadas de decisões. Tudo aquilo que passou, já passou e não podemos controlar. O que vem pela frente, sim, podemos controlar. E trabalhamos para que ele seja mais lúcido e mais claro para eliminar erros que possam causar danos para ele e para equipe. É um jogador de muita personalidade e com capacidade de superar momentos difíceis.



- Não foi só o Andreas, mas também o Matheuzinho que tomaram o cartão em momentos de transição. Isso pode acontecer e aconteceu cedo. Ele procurou antecipar o adversário e não me pareceu ser um lance para o cartão. Em relação ao que podemos fazer por ele, me parece que devemos ir corrigindo o que merece maior cuidado e concentração no jogo dele, sobretudo onde errou (na final). Ou seja, quando está de costas precisa tomar decisões mais rápidas e não de rodar e sair do adversário. É algo que estamos trabalhando e cada vez mais tem acontecido menos. Por isso, precisamos do jogo, da competição. Há uma necessidade clara para nossa equipe de jogadores como o Andreas, por existir um desgaste mental e físico. Tem que ter o desgaste de ir para frente em termos de pressão na nossa transição defensiva. Duas das grandes características que ele tem, que são arremates de fora da área e passes verticais, mas para isso precisamos mudar o movimento.

Paulo Sousa falou da falta de eficiência do Flamengo na execução do última passe na maioria das vezes em que conseguiu furar a retranca vascaína. Para o comandante rubro-negro, faltou equilíbrio nas ações principalmente no segundo tempo, quando o placar poderia ter se tornado mais elástico.



- Enfrentamos um adversário que procurou defender, contra-atacar e buscar situações nas bolas paradas. Foi mais ou menos o que aconteceu durante o jogo. No segundo tempo, nosso adversário procurou ter um pouco mais de velocidade e arriscou em nível individual uma pressão mais rápida. Muitas vezes jogamos muito para trás e temos que superar essa pressão. É algo que temos que melhorar, sobretudo nos últimos minutos de jogo, quando temos mais controle. Se sairmos dessa pressão, teremos mais espaço para encontrar capacidade de finalização.

Com a vitória por 1 a 0 e melhor campanha, o Flamengo pode até perder por um gol de diferença no próximo domingo, às 16h (de Brasília), novamente no Maracanã, que estará na decisão do Carioca em busca do tetracampeonato. No sábado, Fluminense e Botafogo abrem a outra semifinal.



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Mudanças de escalação

- A ideia não é fazer experiências em uma competição. Sabemos da importância do tetra, que tentamos vários anos e não conseguimos. Tivemos a necessidade de entender em competição a resposta dos nossos jogadores em relação a complexidade de cada jogo. Cada vez estamos mais claros para ajudar nossos jogadores dentro de posições e ideias de jogo para corresponder com a qualidade que têm.

Apoio do torcedor

- A forma de conquistar o coração do torcedor, dos jogadores e de todos é sendo o mais coerente e honesto com todos. É a forma que eu vivo, com honestidade e trabalho, dedicação e paixão. Não me escondo, tenho minhas convicções e procuro fazer com que todos os jogadores cresçam para uma identidade em comum do nosso jogo. Dessa maneira, com a sinergia com nossa nação vamos até as vitórias. Agradeço o carinho de todos. Há um passado importante (com Jorge Jesus), mas olhando para o que é o passado do Flamengo não é algo que corresponda com o número de vitórias e a grandeza do clube. De toda forma, darei o meu melhor para render e deixar todos satisfeitos. Esse reconhecimento será através de vitórias.



Titulares no meio de campo

- Já tenho vindo a dizer que não quero que os adversários temam os jogadores, mas sim a camisa do Flamengo. É a própria equipe que tem que fazer a diferença. João e Andreas são jogadores muito parecidos, com capacidade de transição e dinâmica de jogo. O João com maior capacidade de duelos, de confrontos diretos onde podemos ter superioridade física. Mas na dinâmica ambos são muito parecidos. A nível de meio de campo são os jogadores mais parecidos. No momento do Andreas, é importante jogar e reativar. É um jogador de influência na equipe. Infelizmente, há aspectos que fizeram com que a sinergia entre ele e o público não seja a melhor. É algo que temos que reatar com jogos limpos e de muita qualidade. Precisamos de todos os jogadores motivados e positivos.


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Imagem: Marcelo Cortes

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