Ao decidir enfrentar 6.035 km em quase cinco dias de viagem, o taxista Humberto Luiz Rosa, 58, natural do Rio de Janeiro e morador de Saquarema, pensou na própria festa.
Ele comemora aniversário em 24 de novembro, um dia após a final da Copa Libertadores entre Flamengo e River Plate, em Lima, no Peru.
"Há 38 anos, em 23 de novembro de 1981, o Flamengo foi campeão da Libertadores e eu não tive condições de estar presente. Agora, com a chance de ser campeão novamente, eu me contagiei em me presentear com essa taça que vou trazer do Peru", disse Humberto.
Por isso, acabou adquirindo o ingresso do jogo ainda quando a final estava marcada para Santiago, no Chile. A mudança de cidade por causa das manifestações populares não impactou a chance de estar no estádio.
Para Humberto, assim como para outros torcedores do Flamengo, a viagem é que se tornou o problema. A passagem de avião chegou a ser comercializada por mais de R$ 8.000. Preço que inviabilizava a vinda.
A alternativa foi pensar em fazer o trajeto de ônibus. Mas a mulher dele desistiu ao saber do longo trajeto: são 116 horas seguidas.
Humberto, não. Comprou ida e volta. Embarcou no Rio no último sábado e deve chegar em Lima na quinta, à noite.
"Mas não fiz reserva em hotel. Foi graças à família que fiz nesse ônibus que consegui arrumar um hotel. Um amigo me indicou um aplicativo e fiz a reserva de um hotel ao lado do estádio", disse o torcedor.
A distância não o deixa preocupado. Aliás, ele é um dos mais animados flamenguistas entre os 16 presentes no ônibus. O sacrifício para ele, além de financeiro, será ficar duas semanas sem trabalhar. Funcionário público aposentado, ele é taxista e depende da renda de cada dia.
"Mas o sacrifício maior é abdicar de estar com minha esposa, meus quatro filhos e minha mãe no dia do meu aniversário. Tenho certeza que dia 24 vou trazer essa taça e vou estar comemorando com a turma do ônibus meu aniversário e o título", afirmou.
Fonte: https://www.espn.com.br/futebol/artigo/_/id/6333381
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